Poesia Romântica Brasileira

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

A poesia romântica brasileira é aquela que foi produzida durante o período do Romantismo no Brasil.

Além da prosa, nesse período teve destaque a poesia romântica. Vale lembrar que esse termo pode ser utilizado para as poesias que envolvem a subjetividade do eu lírico e seus aspectos românticos.

Romantismo no Brasil

Antes de estudar sobre os aspectos mais importantes da poesia romântica, vale mencionar que o Romantismo no Brasil teve início, em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães.

No que respeita à poesia, o movimento esteve dividido em três períodos:

  • Primeira Geração (1836 a 1852)
  • Segunda Geração (1853 a 1869)
  • Terceira Geração (1870 a 1880)

Primeira Geração: no contexto pós-independência do país, a primeira geração esteve marcada pelo binômio “nacionalismo-indianismo”.

Segunda Geração: é chamada de “Mal do Século” ou “Ultrarromantismo” e recebeu grande influência do poeta inglês Lord Byron.

Terceira Geração: chamada de “Condoreirismo” ou “Geração Condoreira”, essa fase foi influenciada pela poesia social do poeta francês Victor Hugo.

Caraterísticas da poesia romântica brasileira

Caraterísticas da poesia romântica da Primeira Geração:

  • Busca da identidade Nacional (nacionalismo)
  • Índio como herói brasileiro (indianismo)
  • Exaltação da natureza
  • Retorno ao passado

Caraterísticas da poesia romântica da Segundo Geração:

  • Individualismo e egocentrismo
  • Eu lírico pessimista
  • Temas de amor, morte, medo.
  • Fuga da realidade

Caraterísticas da poesia romântica da Terceira Geração:

  • Poesia social e libertária
  • Erotismo e pecado
  • Negação do amor platônico

Autores da poesia romântica brasileira

Da Primeira Geração Romântica merecem destaque os poetas:

Da Segunda Geração romântica merecem destaque os poetas:

Da Terceira Geração Romântica merecem destaque os poetas:

Exemplos de poemas do Romantismo no Brasil

Adeus à Europa, de Gonçalves de Magalhães (Primeira Geração Romântica)

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
Vou morrer no meu país.

Qual ave errante, sem ninho,
Oculto peregrinando,
Visitei vossas cidades,
Sempre na Pátria pensando.

De saudade consumido,
Dos velhos pais tão distante,
Gotas de fel azedavam
O meu mais suave instante.

As cordas de minha lira
Longo tempo suspiraram,
Mas alfim frouxas, cansadas
De suspirar, se quebraram.

Oh lira do meu exílio,
Da Europa as plagas deixemos;
Eu te darei novas cordas,
Novos hinos cantaremos.

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
Vou morrer no meu país."

(Paris, agosto de 1836)

Os Claustros, de Junqueira Freire (Segunda Geração Romântica)

“Dorme, dorme teu somno, oh van cidade,
Dorme teu somno sensual e podre:
Que as estrellas e a lua,— de offendidas,
O inutil brilho em negro veu trocaram.
Carranca enorme de chumbadas nuvens
A côr dos céus trocou na côr do abysmo.
É noite: e noite de pavor é ella,
Sacra aos mysterios de esquecidos tumulos.
Sosinho o bardo aqui,—co'a noite e as trevas!
Só elle aqui: — que o mundo é morto agora
Nos braços do lethargo,— irmão do nada.”

Harpa XXXII, de Sousândrade (Terceira Geração Romântica)

Dos rubros flancos do redondo oceano
Com suas asas de luz prendendo a terra
O sol eu vi nascer, jovem formoso
Desordenando pelos ombros de ouro
A perfumada luminosa coma,
Nas faces de um calor que amor acende
Sorriso de coral deixava errante.
Em torno de mim não tragas os teus raios,
Suspende, sol de fogo! tu, que outrora
Em cândidas canções eu te saudava
Nesta hora d'esperança, ergue-te e passa
Sem ouvir minha lira. Quando infante
Nos pés do laranjal adormecido,
Orvalhado das flores que choviam
Cheirosas dentre o ramo e a bela fruta,
Na terra de meus pais eu despertava,
Minhas irmãs sorrindo, e o canto e aromas,
E o sussurrar da rúbida mangueira
Eram teus raios que primeiro vinham
Roçar-me as cordas do alaúde brando
Nos meus joelhos tímidos vagindo.

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Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.