Reino Unido

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, mais conhecido apenas como Reino Unido, é formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

Compreende, portanto, as nações do arquipélago da Grã-Bretanha mais a Irlanda do Norte. Foi criado em 1º de maio de 1707, quando a Escócia e a Inglaterra uniram seus reinos.

Bandeira do Reino Unido

A bandeira do Reino Unido é formada pelos símbolos contidos nas bandeiras de Escócia, Inglaterra e Irlanda do Norte.

O País de Gales nunca esteve representado neste pavilhão, ao ser considerado como parte da Inglaterra, pois estiveram ligados desde a Idade Média.

Bandeira do Reino Unido

Mapa do Reino Unido

Na imagem abaixo, podemos contemplar as ilhas que fazem parte do arquipélago: a Grã-Bretanha e a Ilha da Irlanda.

Mapa do Reino Unido

Os quatro países que formam o Reino Unido aparecem nas seguinte cores: a Inglaterra em marrom claro, o País de Gales, em rosa, a Escócia, em verde, e a Irlanda do Norte, em roxo claro.

A República Irlandesa, cuja capital é Dublin, aparece em amarelo claro, e não faz parte do Reino Unido.

Países do Reino Unido

Os países que formam o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte possuem certo grau de autonomia, mas são interdependentes entre si.

Cada um possui um parlamento próprio, bandeira e chefe de governo. No entanto, não podem emitir moeda, nem possuir exército e emitir passaportes. Além disso, o chefe de Estado, é o chefe da da Casa de Windsor.

Por isso, muitos afirmam que o Reino Unido é um "país de países". Vamos ver o Reino Unido em sua totalidade e depois analisar cada um desses quatro países.

Reino Unido

  • Capital: Londres
  • Nacionalidade: britânica
  • Chefe de Estado: Rainha Elizabeth II
  • Primeira-Ministro: Boris Jonhson
  • Governo: monarquia parlamentarista
  • População: 65, 64 milhões (2016)
  • Moeda: Libra Esterlina
  • Área: 242,495 km2
  • Religião: anglicana, presbiteriana escocesa
  • Idiomas: Inglês, Gaélico e Galês

Inglaterra

  • Capital: Londres
  • Nacionalidade: britânica
  • Chefe de Estado: Rainha Elizabeth II
  • Primeira-Ministro: Boris Jonhson
  • Governo: monarquia parlamentarista
  • População: 55 milhões (2016)
  • Moeda: Libra Esterlina
  • Área: 130,279 km2
  • Religião: anglicana
  • Idiomas: Inglês e Galês

País de Gales

  • Capital: Cardiff
  • Nacionalidade: britânica
  • Chefe de Estado: Rainha Elizabeth II
  • Primeiro-Ministro: Mark Drakeford
  • Governo: monarquia parlamentarista com um parlamento local
  • População: 3 milhões (2016)
  • Moeda: Libra Esterlina
  • Área: 20,779 km2
  • Religião: anglicana
  • Idiomas: Inglês e Galês

Escócia

  • Capital: Edimburgo
  • Nacionalidade: britânica
  • Chefe de Estado: Rainha Elizabeth II
  • Primeira-Ministra: Nicola Sturgeon
  • Governo: monarquia parlamentarista com um parlamento local
  • População: 5 milhões (2016)
  • Moeda: Libra Esterlina
  • Área: 77,933 km2
  • Religião: presbiteriana e anglicana
  • Idiomas: Inglês e galês

Irlanda do Norte

  • Capital: Belfast
  • Nacionalidade: britânica
  • Chefe de Estado: Rainha Elizabeth II
  • Primeiro-Ministro: Arlene Foster
  • Governo: monarquia parlamentarista com um parlamento local
  • População: 1,810 milhões (2016)
  • Moeda: Libra Esterlina
  • Área: 13 843 km2
  • Religião:católica, presbiteriana e anglicana
  • Idiomas: Inglês, gaélico irlandês e Galês

Qual a Diferença entre Reino Unido e Grã-Bretanha?

As vezes podemos confundir esses termos, pois em muitas ocasiões são usadas como sinônimos. Assim, vamos observar o mapa abaixo e perceber as diferenças:

Reino Unido e Grã-Bretanha
Embora seja o maior e mais rico, a Inglaterra é apenas um dos países que formam o Reino Unido

Grã-Bretanha: trata-se de um termo geográfico que designa a maior ilha do arquipélago. Ali se encontram três países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e mais as ilhas de Mann, Wight e Jersey.

Reino Unido: indica a união dos países da Grã-Bretanha e uma parte da ilha da Irlanda, chamada de Irlanda do Norte.

História do Reino Unido

Rainha Elizabeth II
O monarca britânico é o símbolo de unidade mais visível entre os países do Reino Unido.
Na foto, a atual soberana, a rainha Elizabeth II

A história do Reino Unido poderia remontar à divisão criada pelo Império Romano na ilha da Grã-Bretanha. A fim de conter os pictos e demais povos do norte, os romanos construíram a Muralha de Adriano, no século II.

Neste território, seria constituída a futura Escócia. É importante ressaltar que a Escócia era tradicionalmente aliada dos reis franceses e foi um reino independente até 1707.

Por sua vez, as tribos que viviam no território hoje ocupado pela Inglaterra, foram gradativamente se romanizando. No entanto, não conseguiram fazer frente às invasões de vikings e os romanos preferiram, simplesmente, abandonar aquelas terras para defender as fronteiras mais ao sul do já decadente Império Romano.

Centralização do Poder

O rei Henrique VIII (1491- 1547) foi o pioneiro em construir uma poderosa esquadra que desse aos ingleses a proteção necessária contra seus inimigos europeus. Do mesmo modo, rompeu com a Igreja Católica e tornou-se chefe de sua própria igreja, a Anglicana.

Uma vez centralizado o poder nas mãos do soberano, a Inglaterra concentra sua energia em derrotar seus rivais no comércio, os Países Baixos, e o consegue através do Ato de Navegação, de 1651.

No entanto, foi com as revoluções burguesas, que fortaleceram o Parlamento e limitaram o poder do rei, que a Inglaterra trilhou o caminho para ser potência mundial, através da Revolução Industrial.

Ato de União com a Escócia - 1707

O Ato de União de 1707 consistiu no vínculo da Inglaterra, País de Gales e Escócia sob a mesma monarquia, criando assim o Reino Unido da Grã-Bretanha. As duas coroas já estavam reunidas desde 1603, mas ambos países mantinham um grande grau de autonomia.

Para a Inglaterra, o Ato de União era bom, pois acabaria com os constantes conflitos com este reino e afastaria de vez o perigo francês da ilha.

Para os escoceses, as grandes vantagens eram econômicas. A Escócia teria acesso aos mercados ingleses e de suas colônias e as indústrias do sal e do carvão estariam protegidas

No entanto, tiveram que renunciar e contar com uma participação menor de representantes no Parlamento, assim como o direito de cunhar moedas e ter um política exterior própria.

Apesar de aprovado pelos parlamentares, muitos escoceses não concordaram com esta união e várias rebeliões aconteceram durante o século XVIII contra esta lei.

Ato de União com a Irlanda - 1801

No final do século XVIII, diante dos acontecimentos da Revolução Francesa, os ingleses pressionam os irlandeses para que aceitassem formar parte do Reino Unido.

Isto se devia às constantes alianças que os franceses faziam com os irlandeses para desestabilizar a Inglaterra.

Ambas casas parlamentárias chegam a um acordo em 1801. No entanto, esta união não seria fácil por conta da maioria católica irlandesa que passou a ser discriminada frente a elite protestante.

Desta maneira, o exército inglês reprimia brutalmente qualquer rebelião dos irlandeses. No século XIX, com as péssimas colheitas, houve fome e imigração, e nenhuma ajuda por parte do governo inglês.

Tudo isso só fez aumentar o sentimento de animosidade frente ao Reino Unido e os movimentos pró-república aumentavam, bem como os atos de terrorismo patrocinados pelo Exército Republicano Irlandês - IRA, em sua sigla em inglês.

A situação somente seria resolvida após a Guerra da Independência (1919-1922) que criou dois países na ilha: a Irlanda do Norte, unida ao Reino Unido, e República da Irlanda.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.