Stalinismo

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

Stalinismo foi um regime totalitário de caráter comunista ocorrido na União Soviética, de 1927 a 1953, durante o governo do ditador Josef Stalin.

O governo stalinista promoveu a coletivização de terras e industrializou a Rússia até transformá-la na segunda potência industrial do mundo.

Igualmente. perseguiu seus adversários políticos, instalou a censura e a vigilância estrita da população.

Contexto histórico do governo stalinista

Após a derrubada do czarismo, na Revolução Russa de 1917, os bolcheviques tomaram o poder através da Revolução de Outubro, de 1917, capitaneada por Lenin. Este retira a Rússia da Primeira Guerra e enfrenta a guerra civil entre vermelhos (comunistas) e brancos (anticomunistas).

Uma vez que o país é pacificado, começa a implantação do socialismo em todos os níveis da sociedade. A fim de reunir as diversas regiões do antigo Império Russo é criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1924.

No entanto, com a morte de Lenin em 1924, Leon Trotsky (líder do exército vermelho) e Stalin (chefe do Partido Comunista) lutam para serem o herdeiro político do falecido líder. Trotsky defendia que a Russa deveria apoiar os movimentos revolucionários pelo mundo, enquanto Stalin era partidário de que a revolução acontecesse somente na Rússia.

Devido aos atritos, Trotsky foi afastado do governo por Stalin. Posteriormente seria expulso da URSS, e finalmente, assassinado no México em 1940, a mando de Stalin.

Assim, Stalin tomou o poder, governou a URSS e implantou um regime totalitário de esquerda que durou até sua morte, em 1953.

Características do stalinismo

O stalinismo é um regime político totalitário.

Sendo assim, suas principais características são o nacionalismo, o unipartidarismo (partido único, o Partido Comunista), centralização política, o militarismo e censura dos meios de comunicação.

Além disso, a delação era estimulada e os filhos eram alentados por seus professores a denunciar os pais e eles mesmos eram vigiados pelos estudantes.

Durante o governo de Stalin, qualquer manifestação religiosa foi proibida, assim como aquelas de caráter nacional nos distintos países que compunham o mosaico da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Quem não estivesse de acordo com o programa do partido era taxado de “burguês”, "inimigo do povo" e confinado aos Gulags. Ao mesmo tempo, Stalin investiu grandes quantidades de capitais na indústria de armas e na pesquisa científica. Com isso, transformou a União Soviética numa potência militar em uma década.

Contudo, a sociedade russa sofria a falta de liberdade de expressão o que resultou na morte, deportação e exílio de milhões pessoas.

Plano Quinquenal

Diante do panorama que a Rússia se encontrava após a Primeira Grande Guerra, Stalin focou no desenvolvimento econômico e industrial do país, através da aplicação dos "planos quinquenais".

Este plano consistia em desenvolver uma categoria econômica específica e modernizar a União Soviética o mais rápido possível. Para tanto, planejava-se os objetivos daquele setor para um período de cinco anos.

A primeira categoria que recebeu o plano quinquenal foi a agricultura com a coletivização das terras.

O regime stalinista se apropriou de terras cultiváveis e distribuiu aos sovkhozes (fazendas do Estado) e kolkhozes (fazendas cooperativas). Contudo, a coletivização das terras, inicialmente, resultou num grande fracasso, pois não houve uma preparação adequada e se trabalhava até a exaustão para conseguir alcançar as metas impostas pelo governo.

Os camponeses que se opunham a despropriação de suas terras foram mortos, deportados para Sibéria ou deslocados de suas zonas de origem.

O mesmo passava com as regiões que foram incorporadas à União Soviética como, por exemplo, a Ucrânia, onde milhares de pessoas morreram de fome num episódio que passou à história como Holodomor.

Fim do Stalinismo

O stalinismo termina com a morte de Stalin, em 1953. Seu sucessor, Nikita Kruschev, denuncia todas as atrocidades cometidas por Stalin durante o seu governo.

Três dias após a morte de Stalin, 1,5 milhão de prisioneiros políticos foram liberados. Mais tarde, vários prisioneiros de guerra, que até o momento estavam na URSS, voltaram para seus países.

A partir daí, o regime político da União Soviética ainda poderia ser considerado totalitário. Contudo, a repressão já não era tão acentuada como nos tempos stalinistas.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.