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Tipos de respiração dos animais

Eduardo Barcelos
Eduardo Barcelos
Professor de Biologia

O oxigênio é primordial para todos os animais, por isso, ao longo da evolução dos grupos diferentes grupos de animais formaram-se diferentes tipos de respiração, adaptados ao ambiente, ao tamanho e necessidades de cada grupo.

De forma geral, podemos classificar a respiração animal:

Respiração por difusão direta

Esse é o tipo de respiração mais simples e ocorre em animais muito pequenos.
A difusão direta só é possível nestes animais de corpo muito fino, pois esta característica possibilita que o oxigênio do ambiente entre, por difusão simples, diretamente pela superfície corpórea, chegando aos tecidos. A saída do gás carbônico se dá pelo mesmo processo.

Esquema representando a troca gasosa na planária

Respiração branquial

A respiração branquial é típica em animais aquáticos, como peixes, alguns anfíbios, crustáceos e algumas espécies de moluscos.

As brânquias são formadas por evaginações de tecidos ricamente vascularizados que se projetam e formam estruturas expostas ao contato com a água, absorvendo gás oxigênio e liberando o gás carbônico.

Nos peixes ósseos, as brânquias estão organizadas em diversas camadas, formando as guelras. A eficiência desse sistema é aumentada pelo fluxo contínuo de água sobre as brânquias.

Desenho das brânquias externas de uma salamandra

Desenho esquemático da guelra de um peixe

Aprofunde os seus estudos sobre a respiração branquial.

Respiração cutânea

Em alguns animais terrestres, a pele realiza trocas gasosas com o sistema circulatório, funcionando como um órgão respiratório. Neste caso, a respiração é classificada como cutânea.

Para que este tipo de respiração ocorra, é preciso que a pele esteja sempre úmida e permita a difusão dos gases oxigênio e carbônico.

A minhoca é um exemplo de invertebrado com esse tipo de respiração, onde sua fina epiderme permite que os gases se difundam até os vasos sanguíneos. Entre os vertebrados, os anfíbios terrestres como sapos e rãs desenvolveram este tipo de respiração para compensar a respiração insuficiente de seus pulmões pouco desenvolvidos.

Respiração cutânea do sapo em detalhe

Aprenda mais sobre a respiração cutânea.

Respiração traqueal

Típica dos insetos, como gafanhotos, formigas e abelhas, a respiração traqueal utiliza uma rede de tubos chamados traqueias, que distribuem o ar diretamente para os tecidos.

O oxigênio entra no corpo por pequenas aberturas chamadas espiráculos, localizadas nas laterais do corpo. Das traqueias, o oxigênio se difunde para as células, e o gás carbônico segue o caminho de volta para fora do corpo. Esse sistema é muito eficiente para animais pequenos e terrestres.

Desenho esquemático da respiração traqueal de um gafanhoto

Aprofunde os seus estudos sobre a respiração traqueal.

Respiração com filo traqueias

Também chamada de pulmões foliáceos, a filo traqueias são encontrados em aranhas e alguns escorpiões.

Este tipo de sistema se semelhante a um livro com várias lâminas ou folhetos sobrepostos formando uma série de espaços vazios. O ar entra por um orifício chamado estigma, passa pelas lâminas internas, onde ocorrem as trocas gasosas, e depois sai do corpo. Essa estrutura é uma adaptação para a vida terrestre desses artrópodes.

Desenho esquemático do pulmão foliáceo de uma aranha

Respiração pulmonar

A respiração pulmonar é característica de muitos vertebrados terrestres, como répteis, aves e mamíferos, além de alguns moluscos terrestres, como os caracóis.

Os pulmões se caracterizam por serem estruturas internas formadas por invaginações vascularizadas que realizam a troca gasosa entre o ar e o sistema circulatório.

Nos moluscos pulmonados, o ar entra por uma abertura denominada pneumóstoma, chegando a uma cavidade altamente vascularizada que funciona como um pulmão primitivo, permitindo a entrada e saída de ar.

Nos vertebrados, os pulmões variam de eficiência e complexidade, de acordo com o grupo. Anfíbios e répteis tem os pulmões mais simples. Nos mamíferos e aves o pulmão apresenta maior complexidade estrutural e eficiência na troca gasosa. Um exemplo são os sacos aéreos encontrados nas aves, que possibilitam que o ar tenha um fluxo unidirecional no interior dos pulmões.

Esquema da estrutura interna do pulmão

Aprofunde os seus estudos sobre a respiração pulmonar.

Comece a praticar os seus conhecimentos sobre o assunto com exercícios sobre os tipos de respiração dos animais (com gabarito).

Referências Bibliográficas

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna: volume único. São Paulo: Moderna, 2006. 839 p.

CURTIS, H.; BARNES, N. S. Biología. 6. ed. Buenos Aires: Editorial Médica Panamericana, 2000.

BARNES, R. D.; RUPPERT, E. E.; FOX, R. S. Zoologia dos invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005.

Eduardo Barcelos
Eduardo Barcelos
Professor de Biologia licenciado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais pela UNESP de Rio Claro.