Assíndeto

Márcia Fernandes
Revisão por Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras

Assíndeto é uma figura de linguagem que se caracteriza pela ausência de conjunção coordenativa para unir as frases ou partes delas. A sua função é separar ideias e, deste modo, oferecer-lhes mais expressividade.

Exemplo: "Vim, vi, venci." (Júlio César)

Nessa frase, não foi utilizada a conjunção "e": "Vim, vi e venci."

Do grego, o vocábulo asýndenton é composto pelo a, que indica uma negação, e pelo verbo syndéo, que significa “unir”, “ligar”. Assim, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.

O assíndeto é classificado como uma figura de sintaxe ou de construção, porque ele interfere na construção sintática das frases.

Exemplos de assíndeto

  • “Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta. Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)
  • “Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro, canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)
  • “Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)
  • “A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer, voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)
  • “Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)
  • “Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura. Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos, amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)

Diferença entre assíndeto e polissíndeto

Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição de conjunção coordenativa:

  • Exemplo de assíndeto: Maria correu, pegou o ônibus, foi para o trabalho.
  • Exemplo de polissíndeto: Maria correu e pegou o ônibus e foi para o trabalho.

Para saber mais sobre figuras de linguagem: Figuras de Linguagem

Para saber mais sobre outras figuras de sintaxe:

Referências Bibliográficas

CHERUBIM, Sebastião. Dicionário de Figuras de Linguagem. São Paulo: Pioneira, 1989.

Márcia Fernandes
Revisão por Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos (de língua portuguesa e também relacionados a datas comemorativas) desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).
Daniela Diana
Edição por Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.