Pleonasmo
O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária ao discurso, seja de maneira intencional ou não.
Do Latim, o termo “pleonasmo” significa superabundância.
Classificação
O pleonasmo é classificado de duas maneiras segundo a intenção do enunciador do discurso:
Pleonasmo Vicioso
Também chamado de redundância, o pleonasmo vicioso é utilizado como vício de linguagem.
Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das normas gramaticais.
Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.
Exemplos:
- subir para cima: o verbo “subir” já indica ir para cima, elevar-se.
- descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.
- entrar para dentro: o verbo “entrar” já indica passar para dentro.
- sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.
- encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já estamos posicionados de frente.
- ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma vez que enxergamos com esse órgão
- hemorragia de sangue: a “hemorragia” é um termo que indica derramamento de sangue. Quando utilizamos essa palavra, não é necessário utilizar o vocábulo sangue.
- multidão de pessoas: a palavra “multidão” já determina um grande agrupamento de pessoas.
- surpresa inesperada: a palavra “surpresa” já indica algo inesperado.
- outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.
Pleonasmo Literário
Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressividade ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.
Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e semântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença poética' para fazer essa ligação.
Exemplos:
- “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)
- “E ali dançaram tanta dança” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)
- “Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)
- “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
- “Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)
- “Quando com os olhos eu quis ver de perto” (Alberto de Oliveira)
- “Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)
Vícios de Linguagem
Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do falante ou por desconhecimento das regras da língua.
Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbarismo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.
Leia Gerundismo.
Figuras de Linguagem
As Figuras de Linguagem são recursos estilísticos utilizados sobretudo, nos textos literários, uma vez que oferecem maior expressividade ao discurso. São classificadas em:
DIANA, Daniela. Pleonasmo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/pleonasmo/. Acesso em: