Bomba Atômica: o que é e como funciona

Equipe do Toda Matéria
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Bomba Atômica, ou bomba nuclear, é uma arma que consiste num projétil explosivo lançado por aviões ou por mísseis.

Ela funciona em decorrência dos processos de fusão e fissão nuclear e tem um alto poder de destruição. A bomba lançada na cidade de Hiroshima tinha duas cargas compostas de urânio 235, num total de cerca de 60 kg.

A bomba lançada em Nagasaki era composta de cerca de 6,4 kg de plutônio 239. Esse elemento surge a partir da transformação do urânio 238. O urânio 235 (235U) e o plutônio 239 (239Pu) são elementos que possuem um potencial energético bastante elevado e, por isso, representam um grande perigo.

Como funciona a Bomba Atômica?

As bombas lançadas sobre as cidades japonesas decorreram do processo de fissão. Outro processo que resulta no funcionamento de bombas nucleares é a fusão.

Fissão é quebra do núcleo do átomo. Um nêutron atinge o núcleo do átomo e se parte. Num processo que acontece em alta velocidade, outros nêutrons atingem outros núcleos.

Fusão é junção do núcleo de dois ou mais átomos. Esses processos liberam uma quantidade elevada e extremamente potente de energia. Esse é o motivo pelo qual ocorre a explosão.

As bombas mais potentes e que têm maior poder de destruição são as que contêm hidrogênio. São conhecidas como bombas H ou bombas de fusão porque é assim que elas funcionam.

Poder de Destruição

Hiroshima

Aspecto da cidade de Hiroshima antes e depois do lançamento da bomba atômica

Nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, o ar transformou-se numa espécie de bola de fogo que se expandiu de forma veloz.

Em decorrência da grande quantidade de energia térmica que foi liberada, essa bola era tão quente quanto à superfície do Sol. Como consequência, tudo o que se encontrava num raio de 1 km transformou-se em cinzas.

O solo também sofreu um superaquecimento. Os gases se expandiram provocando uma onda de choque ocasionando a queda de 62 mil prédios em Hiroshima. A cidade tinha 90 mil prédios.

Os efeitos causados pela radiação foram queimaduras, problemas respiratórios, perturbações mentais, deformações físicas e câncer em milhares de pessoas.

Aquelas que olharam para a explosão ficaram cegas e houve uma chuva radioativa que contaminou a água e o solo. Durante anos as pessoas sofreram com os efeitos das bombas.

Após o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki, as armas nucleares continuaram a ser desenvolvidas.

Existem milhares de armas ainda mais potentes do que as que foram lançadas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial. A maior parte delas pertence aos EUA e à Rússia.

A ONU é responsável por regular a política nuclear mundial. Igualmente, o Tratado de Não- Proliferação de Armas Nucleares (TNP) é um acordo através dos quais os países signatários se comprometem a usar a energia nuclear para fins pacíficos.

Aspectos Históricos

Bomba Atômica

A bomba atômica "Little Boy" que foi lançada em Hiroshima em 6 de agosto de 1945

Receosos com a perseguição dos nazistas aos judeus, vários cientistas se deslocaram para os EUA. Entre eles, se destaca Albert Einstein que assumiu uma cadeira no Instituto de Estudos Avançados de Princeton.

Junto com o físico húngaro Leo Szilard, Einstein alertou o presidente Franklin Roosevelt sobre a possibilidade de os nazistas desenvolverem uma bomba atômica.

Eles acreditavam que os Estados Unidos deveriam se antecipar a este movimento e financiar a pesquisa que levaria à descoberta da fissão do átomo.

Na sequência, foi dado início ao Projeto Manhattan, responsável pela criação da bomba atômica dirigido pelo físico estadunidense Julius Robert Oppenheimer.

Os cientistas usaram como base as pesquisas de Albert Einstein que foram fundamentais para o desenvolvimento da energia atômica.

Antes do lançamento da bomba atômica, a arma nuclear foi testada no dia 16 de julho de 1945 no deserto do Novo México (EUA).

Segunda Guerra Mundial

Até hoje, a bomba atômica foi utilizada em somente em duas situações durante a Segunda Guerra Mundial.

Na Segunda Guerra, os países se dividiram. De lado encontramos uma aliança formada por Alemanha, Itália e Japão; e do outro por Grã-Bretanha, União Soviética e EUA.

Em 1945, a Alemanha e a Itália já tinham se rendido. No entanto, a guerra prosseguia no Pacífico onde Japão e Estados Unidos travavam uma dura luta de conquista ilha por ilha.

Guerra no Pacífico

Em 1941, o Japão havia atacado a Pearl Harbor, base naval norte-americana, sem que tivesse sido feita qualquer declaração de guerra aos EUA. Por isso, os americanos lutaram contra os japoneses no Pacífico.

Os americanos perceberam que o Japão não se renderia e julgavam uma invasão ao país muito custosa em termos humanos e financeiros. Assim, os militares resolveram lançar a bomba atômica no Japão para forçar a rendição.

Desta maneira, a Bomba de Hiroshima foi lançada no dia 6 de agosto de 1945 pelo avião bombardeiro norte-americano Enola Gay.

A bomba recebeu o nome de Little Boy e detonou a 580 metros de altura a cidade de Hiroshima, no Japão. A cidade foi destruída e cerca de 140 mil pessoas morreram.

Muitas pessoas morreram no momento da explosão, enquanto outras faleceram em decorrência das sequelas deixadas pela arma nuclear.

Dias depois foi lançada outra bomba em Nagasaki. Chamava-se Fat Man, destruiu grande parte da cidade e provocou a morte de cerca de 70 mil pessoas.

A Fat Man era mais potente do que a Little Boy, apesar de o seu estrago ter sido menor. Isto aconteceu pelo fato de a cidade estar localizada numa região montanhosa.

O Japão rendeu-se no dia 2 de setembro de 1945.

Armas Nucleares Brasileiras

Embora o Brasil tenha capacidade para produzir armas nucleares, o país renegou o direito de tê-las através da assinatura de vários tratados internacionais.

Em 1979 tinha sido iniciado um projeto secreto chamado Programa Paralelo. Esse programa pretendia desenvolver armas de destruição maciça e somente foi anunciado para os brasileiros na década de 90.

Tratava-se de um projeto que seria capaz de produzir bombas atômicas mais potentes do que as lançadas em Hiroshima e Nagasaki, mas foi desmantelado.

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A Equipe Editorial do Toda Matéria é formada por pesquisadores e professores com vários anos de experiência no sistema educacional brasileiro, com domínio em diferentes disciplinas do ensino básico, fundamental e médio.