Girafa: as características, alimentação e habitat desse animal

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

As girafas são animais vertebrados da classe dos mamíferos, família Giraffidae e ordem Cetartiodactyla. Alimentam-se de folhas, caules, flores e frutos de plantas, preferencialmente, do gênero Acacia sp., portanto são animais herbívoros

Apesar de sua enorme diferença de tamanho, se comparadas a outros mamíferos, as girafas possuem sete vértebras no pescoço. As girafas possuem um pescoço longo justamente por possuírem vértebras cervicais extremamente alongadas.

Outra característica é a presença de apêndices cefálicos. Esses animais podem ter de dois a cinco dessas estruturas chamadas de ossicones. Os ossicones são estruturas ósseas localizadas no topo da cabeça das girafas. Em machos, os ossicones são grossos e sem pelos no topo, nas fêmeas são mais finos e com tufos de pelos na parte superior.

Características das Girafas

Acreditava-se que existia apenas uma espécie de girafa (Giraffa camelopardalis) que se dividia em nove subespécies. As subespécies são:

  • Giraffa camelopardalis angolens;
  • Giraffa camelopardalis girafa;
  • Giraffa camelopardalis thornicrofti;
  • Giraffa camelopardalis reticulata;
  • Giraffa camelopardalis tippelskirchi;
  • Giraffa camelopardalis rothschildi;
  • Giraffa camelopardalis camelopardalis;
  • Giraffa camelopardalis antiquorum;
  • Giraffa camelopardalis peralta.

No entanto, artigos científicos baseados em análises moleculares apontam a existência de quatro espécies de girafas. Os artigos foram publicados nas revistas Current Biology e na Ecology and Evolution nos anos de 2016 e 2018, respectivamente.

As quatro espécies de girafas conhecidas e aceitas atualmente são:

  • Girafa-do-sul (Giraffa giraffa);
  • Girafa-Masai (Giraffa tippelskirchi);
  • Girafa-reticulada (Giraffa reticulata);
  • Girafa-do-norte (Giraffa camelopardalis).

Subespécies de girafas

O tamanho de uma girafa costuma variar de macho para fêmea. Os machos chegam a atingir de 5 a 6 metros de altura e pesar cerca de 1.500 kg, as fêmeas, por outro lado, costumam medir entre 4 a 5 metros de altura e pesam quase 900 kg. Esses animais chegam a viver entre 25 a 30 anos.

Sua reprodução ocorre internamente, ou seja, seus filhotes se desenvolvem no útero da fêmea, portanto, são vivíparos. O tempo de gestação é de 15 meses e quando o ocorre o parto, o filhote chega a cair de uma altura de aproximadamente 2 metros.

Girafas são animais dóceis e, como a maioria dos mamíferos, garantem o importante cuidado parental de seus descendentes. Amamentam e cuidam dos filhotes até um ano e meio após seu nascimento.

Diferenciar o sexo de uma girafa é relativamente simples. Os machos possuem de duas a cinco estruturas ósseas na cabeça, chamadas ossicones que são mais grossos e sem "tufos" de pelos no topo. Por outro lado, as fêmeas possuem de dois a cinco ossicones mais finos e com "tufos" de pelos na ponta.

Ossicone em girafas macho e fêmea
Destaque de ossicones de girafas macho e fêmea

Estudos sugerem que as girafas se comunicam por meio de infrassons, ou seja, frequências abaixo daquelas percebidas por seres humanos.

Alimentação e habitat

As girafas são animais herbívoros, alimentando-se de praticamente todos os órgãos de árvores, tais como, o caule, as folhas, as flores e os frutos. Elas costumam capturar seus alimentos enrolando sua língua, que possui, aproximadamente, 50 cm de comprimento, nos ramos contendo folhas. As plantas favoritas das girafas são as do gênero Acacia sp.

Acacia sendo predada por Girafa

São animais ruminantes, ou seja, possuem um estômago especial que contém quatro câmaras, a saber:

  1. Rúmen ou Pança;
  2. Barrete ou Retículo;
  3. Omaso ou folhoso;
  4. Abomaso ou Coagulador.

Assim como os camelos, as girafas conseguem, graças ao estômago especial, obter o máximo de nutrientes em sua dieta estritamente a base de plantas.

estrutura anatômica de um ruminante
Seta branca: primeira entrada (ingestão de alimento). Seta branca: saída do rúmen de volta à boca. Seta verde: segunda entrada, passando pelo retículo, omaso, abomaso e encaminhando-se para o intestino

Apesar de as girafas possuírem quatro cavidades estomacais, na verdade, elas possuem apenas um estômago, o abomaso. As outras três câmaras são dilatações do esôfago.

As girafas habitam regiões savânicas abertas e locais arbustivos. Locais abertos favorecem o sucesso ecológico desses animais, uma vez que são menos predados. Contudo, os machos costumam buscar alimentos (forragear) em locais de florestas, sendo, portanto, mais predados do que as fêmeas.

Detalhe da Savana habitat das girafas
Savana: habitat das Girafas

Os cientistas Mitchell e Skinner, no ano de 2013, sugeriram que as girafas tenham surgido de ancestrais do sul da Europa há, cerca de, 8 milhões de anos. Após 1 milhão de anos, chegam ao continente africano pela conexão etiópica, o que levou à formação da espécie G. camelopardalis que se dispersou pela África oriental.

Veja também:

Referências Bibliográficas

DE OLIVEIRA, Lilibete Pereira; JUNIOR, Hélcio Marques. REVISÃO LITERÁRIA DA BIOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE Giraffa sp. REVISTA UNIARAGUAIA, v. 14, n. 1, p. 93-104, 2019.

FALKOWSKI, Marina de Souza Santos. Elucidando a identidade das girafas no Brasil: uma abordagem molecular multiloci como ferramenta norteadora para a conservação ex-situ das espécies. 2020. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.