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Cartéis, trustes e holdings: entenda o que são (com exemplos)

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

No sistema capitalista, principalmente sob regimes liberais, empresas podem se organizar de formas diferentes para crescer, ganhar mais poder e até eliminar concorrentes. Algumas dessas formas são legais e fazem parte da economia moderna. Outras são consideradas práticas de concorrência desleal e prejudicam o mercado.

Cartéis, trustes e holdings são algumas das principais formas de organização de grupos empresariais. Vamos tratar de como funcionam estas formas de organização e de sua legalidade.

Cartel

O cartel acontece quando empresas concorrentes combinam entre si os preços de venda, a quantidade de produção ou a divisão do mercado. Elas continuam empresas separadas, mas agem como se fossem uma só, eliminando a competição entre elas.

Essa prática é ilegal em muitos países, pois prejudica o consumidor, que paga mais caro por produtos e serviços. Também reduz a inovação, já que não há competição real.

Exemplo: várias empresas de postos de gasolina de uma mesma cidade combinam o preço da gasolina para evitar concorrência entre si. O consumidor acaba pagando mais caro.

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Truste

O truste é a junção de várias empresas concorrentes que se fundem e formam uma só, com o objetivo de dominar o mercado. Diferente do cartel, no truste as empresas deixam de existir separadamente e passam a ser uma única companhia.

Essa fusão pode gerar uma empresa com muito poder, que consegue controlar preços e dificultar a entrada de novas empresas no mercado. Dependendo do país e da forma como o truste atua, ele pode ser considerado ilegal ou prejudicial.

Exemplo: no início do século XX, empresas de petróleo nos Estados Unidos se uniram para formar a Standard Oil, que passou a controlar quase todo o setor. O governo acabou dividindo a empresa por considerar o truste um monopólio.

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Holding

A holding é uma empresa criada para controlar outras empresas. Ela faz isso ao comprar a maior parte das ações de outras companhias. Assim, mesmo sem produzir ou vender produtos diretamente, a holding comanda os rumos das empresas controladas.

Esse modelo é legal e muito comum. Ele é usado principalmente para organizar grupos empresariais grandes, facilitar a gestão e reduzir impostos.

Exemplo: a Berkshire Hathaway, empresa de investimentos dos Estados Unidos, é uma holding que controla diversas empresas, como a Duracell e a GEICO. No Brasil, a Itaúsa é uma holding que controla o banco Itaú e outras empresas, como Alpargatas e Porto Seguro.

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Outras práticas de concorrência desleal

Além dos cartéis e trustes, há outras formas de prejudicar a concorrência. Veja alguns exemplos:

  • Dumping: vender produtos a preços muito baixos (até abaixo do custo) para eliminar concorrentes.
  • Monopólio: quando uma empresa domina totalmente o mercado de um produto ou serviço, sem concorrência.
  • Publicidade enganosa: divulgar informações falsas ou exageradas para atrair consumidores.
  • Boicote comercial: impedir fornecedores ou distribuidores de venderem para um concorrente.
  • Espionagem industrial: obter informações secretas de concorrentes de forma ilegal.

Essas práticas são combatidas por leis e órgãos que protegem o funcionamento justo da economia. No Brasil, por exemplo, estas práticas são reguladas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Leia mais sobre o assunto em:

Referências Bibliográficas

LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Conecte: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2014.

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.