Deus Hades

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

Hades é o deus grego do submundo, do reino dos mortos, e na mitologia romana, ele é chamado de Plutão.

Também é associado à riqueza por ser o guardião de todos os metais preciosos do subsolo, além de simbolizar a fertilidade do solo.

Reside e governa o lugar mais sombrio da mitologia, para onde vão as almas dos mortos.

Dono de uma personalidade impiedosa, Hades era uma figura assustadora, mas não maligno, como a noção cristã de inferno. Entre os gregos, evitava-se pronunciar seu nome, pois isso era visto como um elemento de irritação para Hades.

Como passava seu tempo quase inteiramente no mundo dos mortos, Hades pouco interferia no cotidiano dos vivos. Assim, templos e cultos a esse deus eram praticamente inexistentes na Grécia, uma vez que ele pouco teria a oferecer para os vivos.

Representação de Hades

Hades e Cérbero
Hades e Cérbero

Hades é um deus pouco retratado, e normalmente aparece de forma muito similar a Zeus. Utilizava barba e possuía uma coroa e um capacete, este último com o poder de invisibilidade. Também carrega a chave do submundo e um cetro.

Em sua companhia andava um cão de três cabeças, o cérbero. Esse animal tinha o objetivo de guardar a entrada do reino dos mortos.

Geralmente, Hades usava uma carruagem para se locomover e, muitas vezes, ele é retratado na carruagem em companhia de sua esposa Perséfone.

História de Hades

Hades é filho de Cronos, rei dos Titãs, e Reia. Ele possuía mais cinco irmãos: Poseidon, Zeus, Deméter, Héstia e Hera.

Cronos, o pai deles e o mais novo dos titãs, devorou seus filhos ao nascerem, com receio de ser destronado.

Com a vitória dos filhos sob Cronos, o mundo foi dividido e sorteado entre os seus três filhos homens. Hades teve direito de governar o submundo. Já seus irmãos, Zeus e Poseidon, ficaram com a posse do céu e do mar, respectivamente.

Assim, ele não morava no Monte Olimpo, uma vez que residia em um palácio debaixo da Terra. Seu símbolo era um capacete confeccionado por Hefesto, cujo adorno o tornava invisível.

O mesmo capacete foi usado por Atena em uma luta contra Ares na Guerra de Troia. A batalha é descrita na Ilíada.

Conforme os relatos de a Odisseia, era preciso atravessar o oceano para chegar ao reino secreto de Hades.

Hades e Perséfone

Entre as histórias que retratam Hades, está sua paixão por Perséfone, filha de Zeus e Deméter. Ela foi raptada por Hades e levada ao submundo.

Rapto de Perséfone
Rapto de Perséfone, escultura de Gian Lorenzo Bernini

Após levá-la ao mundo dos mortos, Hades a enganou e fez com que comesse uma romã. Segundo a tradição grega, aqueles que consumissem qualquer alimento no submundo, passaria a eternidade por lá.

No entanto, Deméter, deusa-mãe de Perséfone, estava inconsolável com a partida da filha. Sua tristeza teria deixado a terra infértil, ameaçando a vida humana. Para solucionar a crise, Zeus teria interferido e negociado com Hades e Deméter um acordo: Perséfone passaria parte do ano com seu marido e outra parte com sua mãe.

Esse ciclo é descrito como o regime das estações do ano por representar o humor de Deméter. Ou seja, o inverno era a estação na qual a mãe ficava triste com a ausência de sua filha.

Por sua vez, no verão, na primavera e no outono, Perséfone voltava ao mundo dos vivos, momentos estes que refletem a alegria de sua mãe.

Filhos de Hades

Os filhos de Hades são:

  • Zagreu: deus da religião órfica;
  • Macária: deusa da morte abençoada;
  • Melinoe: deusa dos fantasmas, pesadelos e da loucura.

No entanto, em algumas variações do mito, Zagreu seria filho de Zeus, que teria se transformado numa serpente para engravidar Perséfone.

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Referências Bibliográficas

HAMILTON, Edith. Mitologia [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Sextante, 2022.

HARD, Robin. The Routledge Handbook of Greek Mythology. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2004.

KURY, Mario da Gama. Dicionário de Mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.