Esquimós

Os esquimós representam um povo nômade que vivem sob temperaturas de até -45 °C; podemos encontrá-los na costa continental norte canadense, na costa leste da Groenlândia, no litoral continental do Alasca e na Sibéria, bem como nas ilhas do Mar de Bering e do norte do Canadá.

História

De fato, os esquimós atravessaram o Estreito de Bering a cerca de 15 mil anos, vindos do nordeste da Ásia. ​Se estabeleceram no extremo norte em 5 mil a.C, povoando mais de 3 mil km das regiões ártica e sub-ártica, onde os invernos são frios e duradouros.

Apesar de não pertencerem a nenhuma nação e não se considerarem enquanto unidade, existe entre 80 mil a 150 mil esquimós no mundo, em sua maioria Inuits. Sua cultura é familiar, patriarcal, pacífica, solidária, não há classes sociais e são poligâmicos. O idioma comum é o “inuíte”, constituído por substantivos e verbos, que variam de acordo com a localidade. Um esquimó típico possui cerca de 1,60 m de altura e um porte robusto.

Não obstante, os esquimós, apesar de seu isolamento geográfico, tiveram contato com os indígenas da América do Norte, com os vikings na Groenlândia e, a partir do século XVI, com os colonizadores europeus e russos. Durante o século XIX, comerciantes de peles europeus e caçadores de baleia também travaram contatos com os esquimós, alterando seu modo de vida.

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Costumes e Modo de Vida dos Esquimós

Entre os esquimós não há tribos ou chefes e as leis são consuetudinárias, ou seja, baseadas na tradição oral e voltadas para o bom convívio na comunidade, onde o foco é a sobrevivência e o bem estar de todos. Via de regra, as mulheres se encarregam da preparação dos alimentos, confecção do vestuário e cuidados com a família, enquanto os homens se dedicam a produção de utensílios de caça e pesca, principais atividades masculinas.

Sem espanto, durante os meses rigorosos do inverno, quando os rios e lagos congelam dificultando a pesca, as mulheres mantêm a comunidade ativa enquanto os homens viajam grandes distâncias para obter alimento.

Um fato curioso a se notar é que a alimentação dos esquimós é baseada em carne, geralmente defumada devido a escassez de fontes de calor para cozinhar. Os principais alimentos da dieta dos esquimós são: salmão, aves, foca, caribus, boi-almiscarado, raposa, urso polar e a baleia.

Destes animais, nada se desperdiça: carne para o alimento, gordura para combustível, pele, ossos e intestinos para confecções de vestuário e objetos. Ora, apesar dessa dieta carnívora, os esquimós possuem uma alta expectativa de vida e não apresentam doenças cardiovasculares.

As vestimentas são o casaco com capuz, calças, botas e luvas, confeccionados com pele de foca, de urso ou de raposa, com os pelos voltados para dentro para manter o calor do corpo. Os veículos dos esquimós também são muito peculiares; viajam grandes distâncias em trenós puxados por cães, podendo atingir até 40 km/h, ou em barcos feitos a partir da pele de baleias. Note que não há uma tradição artística esquimó, apesar de ser comum decorarem com entalhes e pinturas os objetos de uso cotidiano, como armas e ferramentas.

Os iglus são outro costume esquimó bem conhecido. Palavra que significa “casa” na língua inuit, normalmente é construída em madeira; todavia, em viagens de caça e pesca, são feitas com grandes blocos de neve, distribuídos de modo espiral e selados com gelo derretido. Podem acomodar confortavelmente cerca de 20 pessoas a uma temperatura de 15°; o calor interno derrete o gelo e congela de novo, melhorando a vedação.

A vida amorosa dos esquimós também é famosa. Entre eles não há cerimônia matrimonial e um homem pode ter quantas esposas puder sustentar (normalmente três); é um sinal de cortesia entre eles ceder a esposa ao visitante para aquecê-lo. O equivalente ao beijo entre os esquimós é a esfregação de narizes, pois um beijo com os lábios em baixas temperaturas pode congelar a saliva e selar as bocas.

Em termos religiosos, os esquimós não possuem cultos e não fazem orações, mas creem em seres superiores, espíritos poderosos capazes de controlar a natureza. Acreditam também na vida após a morte e na reencarnação, tendo em vista que as crianças são consideradas reencarnações dos antepassados.

Curiosidade

  • A palavra “esquimó” é um termo pejorativo que significa “comedor de carne crua”.