Baleia

Juliana Diana
Juliana Diana
Professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento

As baleias são mamíferos marinhos que pertencem à ordem dos cetáceos e estão divididas em duas subordens, sendo que as Myscticeti possuem barbatanas e as Odontoceti possuem dentes.

Elas apresentam muitas características que são comuns entre sim, independente da espécie:

  • Possuem uma grossa camada de gordura que auxilia a manter a temperatura corporal e armazenar energia;
  • Seu esqueleto é semelhante ao de mamíferos terrestres de grande porte, como os elefantes;
  • Por não possuírem guelras, como os peixes, costumam vir até a superfície para respirar;
  • Se comunicam entre si a partir da emissão de sons característicos.

Espécies de baleias

Conheça a seguir as principais características de 8 espécies de baleias.

1. Baleia azul (Balaenoptera musculus)

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Baleia azul e seu filhote

A baleia azul é o maior mamífero existente, apresentando em média 30 metros de comprimento e podendo pesar até 200 toneladas.

Possui coloração azul-acinzentada, porém em determinadas regiões pode assumir tons amarelos-esverdeados devido a presença de determinados microrganismos.

Esta espécie de baleia costuma migrar para diferentes regiões de acordo com o objetivo. Para se alimentar, ela nada em direção às águas mais frias, como a Antártida e o Pacífico Norte; já para se reproduzir costuma nadar até regiões tropicais, com temperaturas mais amenas.

Vivendo normalmente em pares, a baleia azul pode ser vista acompanhada por grupos de até 60 indivíduos, sendo que esta situação acontece em áreas de alimentação.

Por não possuir dentes, a baleia azul alimenta-se principalmente de pequenos crustáceos, geralmente em torno de 4 toneladas por dia.

É uma espécie que vem apresentando declínio, correndo o risco de serem extintas. As principais causas estariam relacionadas à caça.

2. Baleia de bryde (Balaenoptera edeni)

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Baleia de bryde

A baleia de bryde é uma espécie pouco conhecida, porém sua distribuição geográfica é ampla. Pode ser encontrada nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, especialmente por causa de suas águas tropicais.

É uma das espécies de baleia que pode ser vista em praticamente toda costa litorânea, porém estudos apontam que sua presença é cada vez menor.

Apresentando em média 15 metros de comprimento e pesando até 16 toneladas, esta espécie de baleia se alimenta de pequenos peixes, como a sardinha. Seu corpo gasta diariamente aproximadamente 4% de sua massa corporal, exigindo assim um consumo maior de alimento.

A baleia de bryde vive em grandes grupos e não costumam transitar grandes distâncias.

3. Baleia cachalote (Physeter macrocephalus)

baleia cachalote
Baleia cachalote

A baleia cachalote é o maior mamífero com dentes, onde o macho pode apresentar até 20 metros de comprimento e 45 toneladas, enquanto a fêmea chega a 17 metros e 14 toneladas.

Sendo uma das poucas espécies que consegue mergulhar em altas profundidades e permanecer entre 45 minutos e 1 hora embaixo d'água, a baleia cachalote pode dispensar mais tempo na busca por alimento, que consiste em lulas, polvos e peixes.

É considerada uma espécie vulnerável à extinção como consequência da caça comercial que sofreu nos séculos 18 e 19. Estima-se que a morte de aproximadamente 30 mil baleias na década de 60 é uma consequência desse período de caça.

4. Baleia fin (Balaenoptera physalus)

baleia fin
Baleia fin

A baleia fin é também conhecida como baleia comum e tem como característica seu corpo longilíneo, permitindo que esta espécie seja mais rápida na natação e ganhe vantagem na captura do alimento. Com até 27 metros de comprimento e peso médio de 70 toneladas, a baleia fin só perde em tamanho para a baleia azul.

A cor predominante desta baleia é a cinza, sendo que ela vai se tornando mais clara da cabeça em direção a cauda.

É possível encontrar a baleia fin tanto em regiões polares quanto em regiões tropicais, fazendo desta uma espécie que vive em todos os oceanos do mundo.

A alimentação é baseada em pequenos crustáceos e zooplâncton, visto que elas não possuem dentes. Todo alimento capturado é filtrado e retido nas placas de queratina que possui na boca.

5. Baleia franca (Eubalaena australis)

baleia franca
Baleia franca e seu filhote

A baleia franca é uma espécie dos cetáceos que mais frequenta o litoral sul brasileiro, especialmente o estado de Santa Catarina. A fêmea é maior que o macho, apresentando em média 17 metros de comprimento, possui corpo preto, arredondado e diversas calosidades na cabeça, tornando esta sua principal característica morfológica.

Costuma frequentar águas mais quentes durante a reprodução, passando esse tempo sem se alimentar, uma vez que o período de alimentação ocorre em águas mais frias.

O borrifo das baleias franca tem formato de "V", pois o ar que ela solta é quente, vindo muito rapidamente dos pulmões e, quando somado à água que fica acumulada no orifício respiratório se transforma em "V".

Pertencendo à subordem Myscticeti, a alimentação dessa baleia é feita basicamente por pequenos crustáceos que são sugados e filtrados quando a baleia franca nada de boca aberta.

6. Baleia jubarte (Megaptera novaeangliae)

baleia jubarte
Baleia jubarte

A baleia jubarte é uma espécie muito comum nas águas do litoral nordestino, especialmente na Bahia. Conhecida também como baleia corcunda, apresenta em média 16 metros de comprimento e pode pesar até 40 toneladas.

Uma das características da baleia jubarte é sua capacidade de saltar com o corpo quase que total para fora d'água. Devido a essa peculiaridade, suas nadadeiras são comparadas às asas de um pássaro, atingindo cerca de 1/3 de todo o corpo.

Habitando todos os oceanos, esta espécie de baleia migra das águas polares para se alimentar e, durante o inverno, retorna para as águas tropicais, onde vive o período de acasalamento e reprodução.

7. Baleia minke (Balaenoptera acutorostrata)

baleia minke
Baleia minke

A baleia minke é também conhecida como baleia-anã, sendo a menor baleia da subordem Myscticeti. As fêmeas são maiores, apresentando entre 8,5 e 8,8 metros, enquanto os machos possuem cerca de 8 metros.

A parte dorsal desta espécie é normalmente em tons cinza mais escuro e a zona ventral com cores mais claras. Sua cabeça diferencia-se de outras baleias, pois é mais pontuda e achatada.

Assim como outras espécies, pode ser encontrada em todos os oceanos, migrando apenas para se alimentar e reproduzir. A alimentação é baseada em plâncton e pequenos peixes.

8. Baleia orca (Orcinus orca)

baleia orca
Baleia orca

A baleia orca é uma espécie que pertence à família dos golfinhos, não sendo considerada como baleia. Seu comprimento pode chegar a 10 metros e seu peso varia entre 8 e 9 toneladas.

De grande porte, este mamífero possui uma forte arcada dentária que permite ter uma alimentação variada, principalmente tubarões, golfinhos, leões-marinho e até mesmo outras espécies de baleias.

Elas vivem em águas geladas e profundas, especialmente nas regiões com clima polar, porém costumam vir até a superfície com frequência para se alimentar e respirar.

Conheça outros animais que vivem nas regiões polares:

Proteção contra a caça das baleias

As baleias são alvo de caça por diversos países, porém foi no século passado que essa prática tornou-se mais evidente. Uma das consequências dessa ação foi a matança de mais de 2 milhões de baleias, gerando o risco de extinção de várias espécies.

Com o propósito de proteger as baleias, em 1986 a Comissão Baleeira Internacional (CBI) declarou proibida por tempo indeterminado a caça de baleias. Mesmo com essa decisão, países como Japão, Noruega e Islândia ainda realizam a prática.

No ano de 2018 foi realizado em Florianópolis (SC), um encontro da CBI com o propósito de analisar a proposta de liberação comercial da caça às baleias solicitada pelo Japão.

Diante da aprovação de mais de 75% dos países presentes no encontro, foi mantida a proibição e a garantia de proteção às espécies.

Juliana Diana
Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.