Lixo Eletrônico: o que é e principais exemplos

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

O lixo eletrônico (e-lixo) ou tecnológico, como o próprio nome indica, é aquele proveniente de materiais eletrônicos. Ele também é conhecido pela sigla RAEE (Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos).

Com o avanço da tecnologia no mundo moderno, há um excesso de lixo eletrônico os quais podem causar diversos impactos negativos no meio ambiente.

Exemplos de Lixo Eletrônico

Lixo Eletrônico

  • Computadores;
  • Tablets;
  • Monitores;
  • Teclados;
  • Impressoras;
  • Câmeras Fotográficas;
  • Aparelhos de Som;
  • Lâmpadas Eletrônicas;
  • Televisores;
  • Geladeira;
  • Fogão;
  • Micro-ondas;
  • Rádios;
  • Telefones;
  • Celulares;
  • Carregadores;
  • Baterias;
  • Pilhas;
  • Fios.

Lixo Eletrônico e o Meio Ambiente

O lixo eletrônico é produzido por materiais de origem inorgânica, por exemplo, cobre, alumínio, metais pesados (mercúrio, cádmio, berílio e chumbo).

Eles podem comprometer o meio ambiente visto que são compostos por elementos muito poluentes os quais são absorvidos pelo solo e pelos lençóis freáticos comprometendo o equilíbrio ecológico.

Além de poluir o ambiente, o contato com esses produtos pode acarretar diversas doenças para os animais e os seres humanos.

Reciclagem de Lixo Eletrônico

Estatísticas apontam que cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidos anualmente em todo o mundo, sendo que 10 milhões são reciclados na China.

No entanto, vale notar que esse processo pode ser realizado pela exploração de pessoas, até mesmo de crianças e idosos.

Um exemplo notório dessa exploração, bem como do excesso de lixo eletrônico produzido no mundo, é a cidade de Guiyu, na China, donde milhares de pessoas trabalham separando esses resíduos.

Esse processo pode ser altamente perigoso para os seres humanos que o realizam visto os elementos presentes nesse tipo de lixo, ou seja, metais pesados e radioativos. Estudos apontam que o solo e os cursos de água da região já estão contaminados pelos produtos eletrônicos.

Com o aumento da globalização e da tecnologia, novos aparelhos eletrônicos são lançados em curto espaço de tempo, o que leva as pessoas a trocarem seus aparelhos mesmo que ainda estejam funcionando.

Para exemplificar melhor, dados apontam que nos Estados Unidos, cerca de 300 milhões de aparelhos eletrônicos são descartados anualmente, sendo que seis em cada dez deles ainda em condições perfeitas de funcionamento.

De tal modo, o que pode parecer um simples ato de consumo, esse tipo de ação tem grande impacto no meio ambiente, como a poluição do solo, da água e do ar.

Vale lembrar que as empresas que fabricam esses produtos utilizam uma técnica denominada de “obsolescência programada”, ou seja, oferecem um tempo de validade para esses produtos, o que leva os consumidores a consumirem cada vez mais.

Assim, visto a quantidade de lixo eletrônico produzido no mundo, a melhor alternativa é a reciclagem desses produtos.

Coleta e Descarte do Lixo Eletrônico

Atualmente, muitas empresas que fabricam e que são responsáveis por grande parte da poluição proveniente dos produtos eletrônicos estão apostando em ações de sustentabilidade e, portanto, oferecem locais apropriados para o descarte desses aparelhos.

Nesse ínterim, a própria empresa recicla esses materiais, gerando outros novos. Há ainda casos em que as pessoas levam seus aparelhos usados e trocam por um novo, mediante o pagamento da diferença.

Um dado importante é que cerca de 80% de todo o lixo eletrônico produzido pelos países desenvolvidos, é transportado para os países pobres, sobretudo da África, do Oriente Médio e da Ásia.

Lixo Eletrônico no Brasil

No Brasil, o aumento da comercialização de produtos eletrônicos nas últimas décadas tem gerado grande problemas ambientais como a poluição do meio ambiente. Entre os países subdesenvolvidos, o Brasil é o país que mais gera lixo eletrônico no mundo.

A Lei Estadual nº 13.576, de 6 de julho de 2009, institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico:

“Artigo 1º - Os produtos e os componentes eletroeletrônicos considerados lixo tecnológico devem receber destinação final adequada que não provoque danos ou impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade.

Parágrafo único - A responsabilidade pela destinação final é solidária entre as empresas que produzam, comercializem ou importem produtos e componentes eletroeletrônicos.”

Dados da Pnuma (Programa da ONU para o Meio Ambiente) apontam que o Brasil descarta anualmente cerca de 97 mil toneladas métricas de computadores; 2,2 mil toneladas de celulares; e 17,2 mil toneladas de impressoras.

Em 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que o Brasil produziu 1,4 milhão de toneladas de lixo eletrônico.

Esses valores são assustadores e, portanto, devemos nos conscientizar de seus danos e começar a ter uma postura ética e responsável com o descarte correto dos produtos eletrônicos, sejam os fabricantes ou os consumidores.

Campanhas de conscientização precisam ser promovidas de modo a alertar a população mundial da importância da separação desses e de outros tipos de lixo com o descarte correto.

Ainda que nem todas as cidades do Brasil realizem a coleta e reciclagem do lixo eletrônico, atualmente, cerca de 720 cidades apresentam esse serviço. No entanto, o país continua longe de conseguir coletar esses materiais em larga escala.

Consequências e Possíveis Soluções

Visto as consequências negativas que esse tipo de resíduos pode provocar no meio ambiente, a melhor solução é o descarte correto nas empresas ou cooperativas que recebem esses materiais e os levam para a reciclagem.

Esse simples ato, faz com que o ambiente não fique poluído e ainda, favorece a economia com o reaproveitamento de materiais que possam ser reciclados.

Além do descarte em locais apropriados, doações de aparelhos em funcionamento para entidades sociais, podem ajudar a diminuir esse problema.

Para complementar sua pesquisa no tema, veja também os artigos:

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.