Racismo

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Racismo é a crença em que uma raça, etnia ou certas características físicas sejam superiores a outras.

O racismo pode se manifestar tanto em nível individual, como em nível institucional, através de políticas como a escravidão, o apartheid, o holocausto, o colonialismo, o imperialismo, dentre outros.

Embora o racismo associe-se ao preconceito contra os negros, ele pode se manifestar contra qualquer raça ou etnia, sejam asiáticos, indígenas, etc.

Convém lembrar que a prática do racismo, no Brasil, é considerado um crime inafiançável, com pena de até 3 anos de prisão.

Tipos de Racismo

Vejamos agora os principais tipos de racismo:

1. Racismo Individual

O racismo individual é expresso em atitudes discriminatórias individuais, através de esteriótipos, insultos e rejeição a uma pessoa que não possua as mesmas características étnicas que a sua.

Desta maneira, temos expressões como "é preto, mas é limpinho" ou "índio bom é índio morto" que revelam o profundo desprezo a todo um grupo.

2. Racismo Institucional

O racismo institucional é aquele exercido pelas instituições, como o Estado, a Igreja, as empresas privadas e públicas, no qual certos grupos étnicos, como negros ou índios, são marginalizados e rejeitados, seja direta ou indiretamente.

Um dos maiores exemplos foi o apartheid, na África do Sul, quando os negros estavam proibidos de frequentar os mesmos lugares que os brancos. Igualmente, nos Estados Unidos, havia leis desse tipo, que impediam os negros a estudarem nas mesmas escolas que os brancos, por exemplo.

3. Racismo Cultural

Resulta na crença que existe superioridade entre as culturas existentes, no amplo sentido que "cultura" engloba, religião, costumes, línguas, dentre outras.

O racismo cultural foi usado como justificativa para colonizar e dominar territórios desde a Antiguidade. Na época moderna, esse tipo de racismo pode incluir elementos do racismo institucional e individual.

4. Racismo Comunitarista (Diferencialista)

O conceito de comunitarismo ganhou força nos anos 80, em contraposição ao individualismo. Esta filosofia defende que a comunidade é mais importante que o indivíduo em si.

Dessa maneira, o racismo comunitarista está ligado ao pensamento contemporâneo e ao nacionalismo. Ele torna-se racista na medida que sempre privilegia a sua comunidade em detrimento de outra.

Como consequência, o racismo comunitarista se dirige a um grupo como uma aldeia indígena, uma comunidade quilombola, e não só aos indivíduos específicos.

5. Racismo Ecológico (Ambiental)

O racismo ecológico é detectado quando as populações periféricas não recebem o mesmo tratamento que uma área central.

Um exemplo disso são as desapropriações realizadas de maneira arbitrária para dar lugar às represas ou instalações de eventos esportivos. Ou quando uma empresa de país desenvolvido vende um produto para um país em desenvolvimento que não cumpre as mesmas regras do seu país de origem.

Também a destruição do meio ambiente, afetando grupos e comunidades baseados na aplicação desigual da legislação, é considerada como racismo ambiental.

Racismo
Uma das atitudes racistas é o isolamento social

Movimentos racistas pelo mundo

As pessoas denominadas racistas baseiam-se na ideologia da superioridade racial. Estas ideias ganharam força no século XIX através do Positivismo e, mais tarde, no século XX, foram aproveitadas pelo Fascismo.

Mesmo com todos os estudos indicando que a raça de um indivíduo não tem relação com inteligência ou caráter, certas pessoas continuam a acreditar nisto. O pior é quando estas pessoas se reúnem e começam a tomar atitudes violentas contra os grupos que elas classificam de "inferiores".

Alguns movimentos racistas pelo mundo atual são os Neonazistas e Skinheads. Esses grupos perseguem, espancam e matam pessoas consideradas diferentes, seja pela raça, cor, cultura ou mesmo por preferências sexuais, religiosas, etc.

Racismo contra brancos ou racismo inverso

É importante esclarecer que o racismo acontece dentro de um contexto histórico específico. Assim, nem todo insulto - embora seja sempre uma atitude condenável - será considerado racista.

O fato de um branco ser chamado de "palmito" ou "leite azedo" não se caracteriza como racista. A razão é que, no mundo moderno e contemporâneo, os brancos não foram subjugados, nem tratados como escravos.

Igualmente, não são tratados de forma diferenciada de maneira sistemática em ambientes como a publicidade, faculdades, e locais de trabalho em geral.

Como combater o racismo?

O racismo deve ser combatido diariamente, primeiro em atitude individuais e depois, de forma social.

O mais importante é reconhecer que vivemos numa sociedade racista e isto é muito fácil de comprovar respondendo a estas perguntas.

  • O Brasil tem quase 50% da população que se declara negra: no Congresso Nacional temos 50% dos parlamentares negros?
  • Existem 50% de médicos negros em hospitais?

Assim, seria interessante uma autoavaliação começando pelo nosso vocabulário. Deveríamos tirar da nossa linguagem expressões como "denegrir", "preto de alma branca", "moreninha do cabelo bombril", e tantas outras.

Igualmente, conhecer outras culturas, costumes, pessoas e religiões. Quantas personalidades negras ou indígenas você admira? Ao ter contato com saberes diferentes dos quais estamos acostumados, abrimos nossa cabeça e percebemos que os seres humanos são bem parecidos.

Por fim, lembremos que o Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial é comemorado dia 21 de março.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.