Zoroastrismo: Religião dos Antigos Persas

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Zoroastrismo, ou Masdeísmo, se tornou a religião do estado persa no século VI a.C. Essa crença foi substituída pelo Islamismo somente por volta do século VII d.C. após a queda do Império Sassânida.

No Irã (antiga Pérsia), uma pequena parte da população ainda pratica o Zoroastrismo, cujo maior número de adeptos são indianos.

Em resumo, essa antiga religião tem como princípio a existência concreta do bem e do mal, ou seja, por isso é uma religião dualista.

Princípios do Zoroastrismo

Os princípios supremos do bem e do mal são representados pelos irmãos gêmeos Ahura Mazda, que é o deus do bem, e Aritmã, que é o deus do mal.

Segundo teria sido revelado a Zoroastro, esses dois deuses viviam em luta. O fim dos tempos seria marcado pela vitória de Mazda contra Aritmã. Por isso, as pessoas deveriam escolher o caminho que queriam seguir, sabendo que mediante as suas ações poderiam ir para o inferno após a sua morte.

Os seguidores do Zoroastrismo acreditam na ressurreição dos mortos, bem como no paraíso, o purgatório e o inferno, tal como é pregado no Catolicismo Romano. Da mesma forma, essa religião acredita na profecia do fim dos tempos.

Os imperadores eram os representantes do deus Mazda na Terra, de modo que assim, era possível garantir a subjugação do povo ao governante do império.

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Zoroastro - O Profeta

O nome da religião surge em decorrência do seu fundador, o profeta Zoroastro (628 a.C. e 551 a. C.), também conhecido como Zaratrusta, o qual, fundindo as crenças populares com os seus ensinamentos, deu origem ao Zoroastrismo.

Não se sabe muitas informações a respeito da vida de Zoroastro e alguns estudos dizem que era um título de sacerdotes ou sábios, e não um nome próprio.

De todas as maneiras, Zoroastro era um sacerdote, a quem foram feitas revelações divinas quando ele tinha 30 anos. Recebendo essas revelações, ele começou a pregá-las e logo ganhou inimigos, tais como os "karpans" que mantinham costumes que contradiziam os ensinamentos de Zoroastro e os "kawis", que também se opuseram a ele. Em decorrência disso, foi perseguido e teve de fugir da sua terra natal.

Assim, surge uma lenda que diz que Zoroastro curou o cavalo de um governante, o qual teria permitido que o profeta pregasse livremente no local em que governava, o nordeste da Pérsia. Deste modo, Zoroastro conquistou milhares de seguidores e difundiu a sua crença.

Os sacerdotes zoroastristas eram chamados de magos, palavra que surge a partir do grego magikos. A religião, todavia, não se baseia em tradições mágicas.

Símbolos e Livros Sagrados

Zoroastrismo: Religião dos Antigos Persas

O principal símbolo do Zoroastrismo é o Faravahar ou Ferohar que representa a alma antes do nascimento e após a morte.

O fogo é outro elemento importante, pois o deus do bem é adorado mediante o fogo sagrado que é mantido acesso pelos sacerdotes nos templos zoroastristas. Com o intuito de se proteger da inalação dos gases produzidos, os seguidores do Zoroastrismo usam máscaras brancas.

A cremação não era permitida para os crentes do Zoroastrismo, pois o fogo era considerado sagrado. Eles acreditavam que a técnica de queima de cadáveres poderia contaminá-lo.

O livro sagrado do Zoroastrismo é chamado de Avesta. Tal como a Bíblia para os cristãos, nele constam orações, hinos e ensinamentos. Uma das suas partes mais importantes é o livro de Gathas, onde estão escritos os 17 cânticos compostos por Zoroastro.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.