Batalha de Stalingrado

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A Batalha de Stalingrado ocorreu entre 17 de julho de 1942 e 2 de fevereiro de 1943.

Foi a maior e mais sangrenta batalha da Segunda Guerra Mundial e mudou os rumos do conflito a partir da vitória soviética.

Atualmente, Stalingrado hoje chama-se Volgogrado, pois está às margens do rio Volga.

Resumo

Antes de começar a guerra, Hitler e Stálin haviam assinado o Pacto de Molotov-Ribbentrop. Ele consistia em um acordo de não-agressão, As duas nações se comprometiam a não se atacarem, caso houvesse um conflito na Europa.

Este tratado foi recebido com surpresa pelos comunistas do mundo inteiro, pois esperavam que Stálin fosse fazer frente ao poderio nazista.

No entanto, após a resistência da Inglaterra, Hitler é obrigado a adiar os planos de invasão da ilha e volta-se para o oeste rompendo o pacto.

Mapa da batalha de Stalingrado

Mapa da Batalha de Stalingrado

As hostilidades começaram com a invasão alemã rumo a Stalingrado. Essa era uma das cidades mais industrializadas da URSS e responsável por grande parte da produção bélica do Exército soviético.

Além disso, a cidade tinha o nome de Stálin, o que tinha uma carga simbólica para os alemães.

A Batalha

Apesar dos avanços iniciais dos tanques e dos soldados alemães, uma parte do Exército alemão se atrasou. Com isso, os soviéticos ganharam tempo para se reorganizar.

Quando as tropas germânicas chegaram a Stalingrado encontraram uma resistência feroz e a cidade foi disputada rua a rua, casa por casa. Nem mesmo a aviação alemã, bombardeando a cidade constantemente, conseguiu romper a defesa soviética.

Estes se esconderam nos esgotos e aproveitavam os escombros para causar baixas no exército alemão com seus franco-atiradores. Desta maneira, conquistar Stalingrado tornou-se uma obsessão para Hitler.

Por sua parte, o general alemão Von Paulus, percebia que a sorte já não pendia para os alemães. As ordens de Berlim eram claras: o general e seus homens deveriam guardar posições. Contudo, vários soldados, apesar da pena de morte para desertores, se renderam.

No entanto, as tropas soviéticas passaram a ofensiva e tomaram o controle aéreo. O general Von Paulus teve que se render com 200 mil soldados alemães em 31 de janeiro de 1943.

Batalha de Stalingrado

A Batalha de Stalingrado envolveu a população civil e deixou a cidade completamente destruída

Entre os motivos considerados determinantes para a vitória soviética estão:

  • A concentração das tropas soviéticas na Frente Oriental após a falta de expectativa de auxílio dos Aliados para defender o país da invasão alemã;
  • O governo soviético priorizou o aparelhamento do exército com apoio da indústria bélica. Fábricas e trabalhadores foram deslocados, saindo da linha de frente da guerra;
  • O exército soviético priorizou a defesa estratégica;
  • Os erros estratégicos do exército alemão beneficiaram os soviéticos, que na segunda metade de 1942 elaborava o plano Urano.
  • Como parte do plano Urano, 1 milhão de homens, 10 mil cavalos, 430 tanques, 6 mil canhões e 1, 4 mil foguetes Katiucha esperavam os alemães.
  • O exército alemão enfrentou problemas de abastecimento porque escolheu erroneamente o método de entrega de alimentos. Como eram lançados pelo ar, 350 mil soldados não conseguiram receber 350 toneladas de alimentos para as necessidades diárias.

O Inverno

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, americanos e soviéticos passaram de aliados a inimigos, por causa da Guerra Fria.

Assim, parte da historiografia americana atribuía ao inverno à vitória soviética em Stalingrado. Esta interpretação encontrava eco na derrota sofrida por Napoleão em 1812.

É certo que o inverno ajudou aos soviéticos, mas estes tinham vantagem em lutar no seu próprio terreno e contaram também com a heroica ajuda da população civil.

Importância do Conflito dentro da Segunda Guerra

Batalha de Stalingrado Von Paulus

O General alemão Friedrich von Paulus feito prisioneiro pelos soviéticos

A Batalha de Stalingrado marca uma reviravolta no teatro de guerra.

O Exército Vermelho derrotou as tropas alemãs após iniciar, em 19 de novembro de 1942 a contraofensiva que só terminaria na primavera do ano seguinte.

Juntamente com a vitória na Batalha de Leningrado mostrou ao mundo que o exército soviético podia repelir o exército alemão.

A partir de 1943, os alemães não conseguem mais avançar em nenhuma frente e passam a recuar.

Com o desembarque das tropas americanas na Itália e, posteriormente, na Normandia, Hitler se vê coagido nas duas frentes de batalha.

No norte da África também os Aliados recuperam posições estratégicas dando esperança para todos aqueles que sofriam o conflito.

Curiosidades

A Batalha de Stalingrado conta com números impressionantes. Vejamos alguns:

  • 200 dias e noites de combate;
  • Morte de 40 mil civis soviéticos, 230 mil militares alemães e 17 mil soldados do Exército Vermelho;
  • 26 mil tanques e 2,5 mil aviões de ambos lados;
  • Somente o exército alemão destacou 1 milhão de soldados para lutar em Stalingrado;
  • Contaram com o apoio de 10, 2 mil armas, 675 tanques e 1,2 mil aviões;
  • Os alemães perderam um quarto de suas frentes durante a batalha;
  • No total, a batalha envolveu 2,1 milhão de pessoas.

Stalingrado Hoje

Stalingrado

A estátua da Mãe Pátria foi inaugurada em 1967

A cidade de Stalingrado mudou de nome quando Nikita Kruschev resolveu expurgar o nome de Stálin do território soviético e desde então se chama Volgogrado.

Apesar disso, a célebre contenda marca sua vida cotidiana, seja na memória dos habitantes, seja nos monumentos espalhados pela região.

No alto de uma colina levanta-se a enormer estátua da "Mãe Pátria", de 85 metros. Ela compõe um memorial por todos os soldados soviéticos que lutaram naquela batalha.

Filmes

  • Stalingrado - A Batalha Final, de Joseph Vilsmaier, 1993.
  • Círculo de Fogo, de Jean-Jacques Annaud. 2001.
  • Stalingrad, de Fedor Bondarchuk. 2013.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.