Desastre ambiental: o que é, principais exemplos e suas consequências

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

Um desastre ambiental é um evento que causa uma mudança negativa no meio ambiente. Essas mudanças podem incluir a desestabilização da fauna e da flora, ou seja, afetar negativamente os animais e as plantas presentes no ambiente.

Além disso, os desastres ambientais também podem resultar na morte e deslocamento de pessoas, causando impactos sociais e humanos significativos

Os desastres ambientais tanto podem ter origem natural, como podem ocorrer por intervenção humana.

Tempestades, terremotos, furacões são exemplos de desastres ambientais de causa natural.

Já derramamento de petróleo no mar, acidentes nucleares, rompimento de barragens são exemplos de desastres ambientais provocados pelo ser humano.

Exemplos de desastres ambientais no Brasil

1. Acidente com Césio-137 (Goiânia, 1987)

Em 13 de setembro de 1987, um dos maiores acidentes nucleares da história iniciou-se quando dois catadores de ferro-velho recolheram um aparelho de radioterapia que encontraram em uma clínica desativada.

Contendo material altamente radioativo, o equipamento provocou a morte de 4 pessoas que tiveram contato direto com o mesmo, dentre elas uma menina de 6 anos.

Muitas pessoas foram contaminadas, sendo que após o acidente, mais de 100 mil passaram a ser monitoradas.

Saiba mais em: Acidente com césio-137 em Goiânia: o que aconteceu e por que foi tão grave.

2. Vazamento de óleo na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro, 2000)

No dia 18 de janeiro de 2000, um vazamento causado pelo rompimento de um duto da Petrobras contaminou grande parte do ecossistema da Baía de Guanabara.

Cerca de 1,3 milhões de litros de óleo se espalhou por uma extensão de 40 km² e provocou um dos maiores acidentes ambientais da história do país. A atividade pesqueira foi fortemente prejudicada.

3. Rompimento da barragem em Mariana (Minas Gerais, 2015)

Em 5 de novembro de 2015, Minas Gerais presenciou o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco. Nesse desastre, foram despejados cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram os resíduos provenientes da atividade mineradora.

Rompimento da barragem em Mariana, 2015
Mariana após rompimento da barragem da mineradora Samarco, em 2015

Além de 19 mortos e vários desabrigados, a tragédia afetou o solo, tornando-o infértil, poluiu as águas e prejudicou fortemente o ecossistema aquático.

Saiba mais em Desastre de Mariana: tragédia ambiental e humana.

4. Rompimento da barragem em Brumadinho (Minas Gerais, 2019)

No dia 25 de janeiro de 2019, Minas voltou a ser cenário de mais uma tragédia ambiental.

Desta vez, 14 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da mineradora Vale fez 252 vítimas mortais, além de ter contaminado a água e o solo.

Exemplos de desastres ambientais no mundo

1. Bomba de Hiroshima (Japão, 1945)

No dia 6 de agosto de 1945, a primeira bomba atômica da história foi lançada pelos Estados Unidos ao Japão. A cidade de Hiroshima foi destruída e cerca de 140 mil pessoas morreram.

Além das mortes provocadas no momento da explosão, ainda outras milhares de pessoas morreram, ou ficaram feridas e cegas, em decorrência da contaminação da água e do solo.

Cidade de Hiroshima após explosão da bomba
Cidade de Hiroshima após explosão da bomba nuclear, em 1945

Saiba mais: Bomba de Hiroshima

2. A Névoa Matadora, Big Smoke (Londres, 1952)

Entre os dias 5 e 9 de dezembro de 1952, a poluição do ar tomou conta de Londres, matando milhares de pessoas.

Motivados pelo frio, os londrinos queimaram muito carvão para se aquecer, uma situação que tomou proporções incontroláveis em decorrência da qualidade do carvão utilizado, já que o carvão bom era exportado.

Foi a primeira vez que uma tragédia ambiental provocou a reflexão sobre a poluição do ar nas autoridades de saúde.

3. Acidente de Chernobyl (Ucrânia, 1986)

Em 26 de abril de 1986, o maior acidente nuclear da história fez vários mortos e colocou milhares de pessoas em risco após a explosão de um reator.

A tragédia acabou com as possibilidades de cultivo naquela região e provocou mutações genéticas em animais. Por conta dos riscos, milhares pessoas tiveram de ser deslocadas da cidade, que se transformou em atração turística.

Estima-se que o local apresente riscos de contaminação durantes os próximos 20 mil anos.

Saiba mais em Acidente de Chernobyl: resumo e consequências.

4. Ciclone Idai (Moçambique, 2019)

Na noite do dia 14 para 15 de março de 2019, o ciclone tropical Idai provocou uma tempestade que deixou 500 mortos em Moçambique.

A água contaminada provocou a cólera, além do que as inundações acabaram com os meios de subsistência dos habitantes.

Causas e consequências dos desastres ambientais

Principais causas:

  • Despreocupação com o meio ambiente;
  • Desmatamento;
  • Metas econômicas.

Bastantes desastres ambientais decorrem da falta de zelo com o meio ambiente. As tragédias provocadas por ação humana muitas vezes resultam de objetivos econômicos, quando o lucro sobrepõe a preocupação com os cuidados ambientais.

Principais consequências:

  • Problemas de saúde e sanitários;
  • Desestabilização da fauna e da flora;
  • Deslocamento de pessoas;
  • Pessoas desabrigadas;
  • Prejuízo econômico.

Como consequência dos desastres ambientais, a saúde e a segurança das pessoas são abaladas, porque a poluição da água e do ar resulta em doenças.

Em alguns casos, a situação catastrófica não deixa outra alternativa a não ser o abandono da região vitimizada pelo desastre, como aconteceu no acidente de Chernobyl.

No entanto, embora os desastres ambientais possam ser causados por objetivos econômicos, muito dinheiro acaba sendo gasto na tentativa de restabelecimento das condições de vida após um desastre.

É o que acontece quando há necessidade de construir casas após terremotos, ou quando há prejuízos no setor turístico em função das manchas de óleo que atingem as praias, o que acaba gerando desemprego.

Se você quiser saber mais:

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.