Destino Manifesto

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

Destino Manifesto foi uma expressão cunhada pelo jornalista John Louis O'Sullivan, em 1845, quando os americanos estavam ocupando o Oeste.

A expressão se refere ao fato dos Anglo-Saxões acreditarem que seria sua missão expandir sua civilização e instituições ao longo do território norte-americano.

Contexto Histórico

Mapa Destino Manifesto

Após a Independência das Treze Colônias, o governo central dos Estados Unidos recebeu a proposta de compra da Louisiana por parte do governo de Napoleão.

O general francês precisava de dinheiro para patrocinar suas guerras na Europa e os americanos viram nisto uma oportunidade de conquistar mais terras.

Assim, o território da Louisiana foi comprado em 1803. No ano seguinte, o governo americano incumbe uma comissão para estudar as novas terras e mapeá-las. Para ocupá-las, estimula-se a colonização por famílias americanas e imigrantes que não tinham recursos para comprar propriedades.

No entanto, essa região era povoada por indígenas americanos que viam suas terras invadidas, sua caça diminuir e sua gente confinada a reservas.

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Expansão para o Oeste e Destino Manifesto

Um grande debate se instalou no Congresso e na imprensa americana. Os americanos deveriam continuar avançando até chegar ao Pacífico?

Uma vez que a Louisiana fora ocupada, restavam os territórios que haviam sido da Espanha e agora pertenciam ao México. Os americanos deveriam entrar em guerra com os habitantes do Texas?

Também havia um litígio com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha a respeito do Oregon, pois as fronteiras entre Canadá (sob administração britânica) e Estados Unidos ainda não haviam sido estabelecidas.Os americanos teriam condições de entrar em conflito com a Grã-Bretanha pelo território do Oregon?

Em meio a esta discussão, o jornalista John Louis O'Sullivan resume sua opinião sobre a ocupação desses territórios:

E essa reinvindicação nos é dada pelo direito do nosso Destino Manifesto de nos expandir e possuir todo o continente que a Providência nos deu para o desenvolvimento da grande experiência da Liberdade.

O’Sullivan acreditava que os americanos estavam destinados a construir uma grande nação naquele território e que isso era a vontade de Deus.

Várias pessoas concordavam com esta proposta, especialmente as igrejas que passaram a organizar missões para educar os indígenas nos costumes dos brancos.

Destino Manifesto john Gas

Progresso Americano, John Gast, 1872. Esta figura ilustrava um guia para os camponeses que iam para o Oeste.

Críticas

A expressão “Destino Manifesto”, porém, foi duramente criticada pelos políticos dos estados do norte. Estes diziam que o termo serviria para justificar a expansão da escravidão nos estados que eram criados à medida que os territórios do Oeste eram incorporados ao governo federal americano.

Apesar disso, as palavras de O’Sullivan seriam recuperadas mais tarde e usadas para fundamentar as atrocidades cometidas contra os indígenas. Também foram utilizadas para apoiar a política expansionista dos Estados Unidos para a América Central e Caribe.

Até hoje é possível encontrar resquícios do "Destino Manifesto" na política estadunidense quando os presidentes americanos se atribuem o papel de guardiões da democracia e da liberdade mundial.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.