Esquistossomose

Lana Magalhães
Lana Magalhães
Professora de Biologia

A esquistossomose é uma doença infecciosa parasitária, causada pelo verme trematódeo Schistosoma mansoni​, que habita os vasos sanguíneos do fígado e intestino humano.

A doença também é conhecida por "barriga d’água”​ e pode evoluir para formas clínicas extremamente graves que podem levar à morte.

Ciclo

O hospedeiro definitivo do Schistosoma mansoni é o homem que elimina os ovos do verme através de suas fezes.

Quando as fezes são eliminadas na água, os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios. Elas penetram nos caramujos, os hospedeiros intermediários, onde se multiplicam.

Após 4 a 6 semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e voltam para a água. Nesse ambiente podem viver por um tempo até penetrar novamente no homem, através da pele ou mucosa.

Uma vez dentro do indivíduo, os vermes entram na circulação venosa e chegam ao coração e pulmões.

Do coração, são lançados através das artérias a diversas partes do corpo, sendo o fígado o órgão de localização preferencial do parasito.

No fígado, crescem alimentando-se de sangue e depois migram para as veias do intestino. De lá, alcançam a forma adulta, acasalam-se e começam a por ovos, dando início a um novo ciclo.

Esquistossomose
Ciclo da esquistossomose

Sintomas

A esquistossomose apresenta duas fases: aguda e crônica.

Fase Aguda

A fase aguda representa o início da doença e caracteriza-se pela dermatite cercariana provocada pela penetração das cercárias na pele.

Nesse momento, é comum vermelhidão na pele, edema e coceira no local em que o verme penetrou na pele.

Após 1 a 2 meses, aparecem os sintomas que caracterizam a forma aguda da esquistossomose, como:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Náuseas;
  • Diminuição da força física;
  • Dores musculares;
  • Tosse;
  • Emagrecimento;
  • Diarreia.

Fase Crônica

Na fase crônica, o fígado costuma ser o órgão mais comprometido.

Conforme a suscetibilidade do indivíduo e intensidade da infecção, a doença pode evoluir e atingir os seguintes órgãos:

  • Intestinos: É a forma mais comum, podendo ser assintomática ou caracterizada por diarreias que podem apresentar muco e sangue.
  • Baço: Aumento do órgão.
  • Fígado: Aumento do órgão.

Nessa fase também é comum o aumento do tamanho da barriga, pois o abdômen fica mais dilatado. Daí o nome "barriga d'água".

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Tratamento

O tratamento da esquistossomose é feito com medicamentos específicos capazes de curar a doença ou diminuir a carga parasitária, além de impedir a evolução para as formas graves.

Nos casos mais graves da esquistossomose pode ser necessário internação ou intervenções cirúrgicas.

Prevenção

A esquistossomose é uma doença que pode ser prevenida através do saneamento básico adequado.

Entre outras medidas de prevenção incluem-se:

  • O esgoto deve ser tratado antes de ser despejado em lagos e represas;
  • Não evacuar em locais próximos a águas que sejam utilizadas para banho ou para beber;
  • Não entrar em lagos, lagoas ou represas onde vivem caramujos;
  • Usar calças, botas e luvas de borracha quando entrar em contato com água contaminada.
Lana Magalhães
Lana Magalhães
Licenciada em Ciências Biológicas (2010) e Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas/UEA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela UEA.