Oxiurose

Juliana Diana
Juliana Diana
Professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento

A oxiurose, também conhecida como enterobiose, enterobíase, oxiuríase, é uma verminose que atinge o mundo todo e é causada pelo nematódeo Enterobius vermiculares, a partir da eliminação dos ovos pela fêmea. Esses vermes podem ser chamados de oxiúros.

Tendo como origem o continente africano, acredita-se que sua dispersão ocorreu a partir das migrações de pessoas entre os continentes.

Transmissão da oxiurose

oxiurose ciclo
Ciclo biológico do Enterobius vermicularis

A transmissão da oxiurose normalmente acontece por falta de medidas e ações de higiene, sendo muito comum em crianças.

Existem três formas diferentes de transmissão da doença.

  • Transmissão de forma direta: quando a pessoa leva o parasita do ânus até a boca, ou seja, quando surge coceira na região anal e a pessoa leva a mão ao local e depois não lava as mãos adequadamente.
  • Transmissão de forma indireta: é quando a água ou alimento ingerido estão infectados, ou ainda quando uma pessoa que está com os ovos do verme na mão cumprimenta outra pessoa. Além disso, em locais em que o saneamento básico é precário ou que existe pouca higiene, os ovos podem ser encontrados nas roupas, aumentando também esta forma de transmissão.
  • Transmissão por retro-infestação: é quando as larvas eclodem da região anal e migram para o ceco, contribuindo assim para que o ciclo reinicie no organismo da pessoa.

Ciclo biológico do agente transmissor da oxiurose

enterobius vermicularis
Enterobius vermiculares

O Enterobius vermicularis apresenta um ciclo biológico que tem início na ingestão do ovo pela pessoa. Ao ser ingerido, ele segue até o intestino delgado.

Quando alocados no órgão, as larvas eclodem e seguem para o ceco, local utilizado para reprodução. As larvas podem ter de 2 a 13 milímetros de comprimento quando adultas, sendo que o macho é sempre maior que a fêmea.

Após a reprodução das larvas, o macho é eliminado nas fezes. Já as fêmeas migram para a região perianal e morrem logo após colocarem os ovos.

Todo o ciclo do oxiúros dura aproximadamente 40 dias.

Sintomas da oxiurose

ciclo noturno
Ciclo noturno do Enterobius vermicularis

A oxiurose pode causar diferentes sintomas que variam de acordo com a intensidade da doença.

Por atingir a região intestinal, tem-se como sintoma mais comum a coceira anal, especialmente no período noturno, pois é quando os vermes se movimentam entre o intestino e a região genital.

Outros sintomas também são comuns, como:

  • Dor na barriga;
  • Vômito;
  • Diarreia;
  • Enjoo;
  • Cólica intestinal;
  • Sangue nas fezes.

No caso das mulheres, é possível o surgimento de vaginites devido à proximidade da vagina com o ânus.

Diagnóstico e tratamento da oxiurose

O diagnóstico da oxiurose é feito a partir de exame laboratorial e tem como objetivo detectar a presença do verme e de possíveis ovos da fêmea.

É feita uma coleta de material no ânus, o qual é realizado o método conhecido como fita gomada, que consiste na colagem de uma fita celofane adesiva especial.

O tratamento deve ser feito com ingestão oral de vermífugos prescritos por orientação médica, bem como higienização do ambiente e cuidados pessoais. Além disso, em alguns casos pode ser indicado o uso de pomadas para potencializar a reação do remédio no organismo.

A medicação pode variar de acordo com o caso, podendo ser indicado uma dose única ou por um período pré-definido. Além disso, também pode ser necessário repetir o tratamento após duas semanas da descoberta da doença.

Prevenção da oxiurose

As ações para prevenir a oxiurose estão relacionadas à higiene, destacando as seguintes precauções:

  • Ter hábitos de higiene;
  • Manter as unhas das crianças cortadas;
  • Lavar as mãos antes de preparar alimentos e após usar o vaso sanitário;
  • No caso de pessoas infectadas, ferver suas roupas.
Juliana Diana
Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.