Modo de produção capitalista

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O modo de produção capitalista é a maneira que está organizado um sistema produtivo com o objetivo de lucrar.

Este sistema substituiu o modo de produção feudal na Europa e se espalhou pelo mundo nos séculos posteriores.

A produção capitalista

Ao longo da história da humanidade existiram vários modos de produzir bens, sejam eles alimentos, roupas ou veículos. Podemos citar o modo de produção asiático, escravista, feudal e capitalista.

A palavra capitalismo vem de “capital”, ou seja, o dinheiro necessário para iniciar um empreendimento.

O modo de produção capitalista está orientado para o lucro. Este é o resultado do investimento realizado por um empresário, depois da venda dos seus produtos ou serviços.

No capitalismo, o motor das relações produtivas e sociais é o dinheiro. Para que este possa circular, o capitalismo transforma tudo em mercadoria, pois estas podem ser compradas e vendidas, em troca de dinheiro.

A fim de estimular que as pessoas comprem e consumam, o capitalismo acaba criando necessidades que não existem, lançando novos produtos, para os indivíduos poderem continuar a gastar seu dinheiro.

Com esta mentalidade, tudo aquilo que não é benéfico, não é aproveitado e sim descartado. Por outra parte, aquilo que dá lucro é explorado.

Características da produção capitalista

Modo de produção capitalista
A produção para o mercado é uma das características do capitalismo

Propriedade na produção capitalista

No sistema de produção capitalista, a propriedade é privada. Isso significa que um terreno, máquinas, transportes, imóveis pertencerão a alguém.

Para garantir a validade desta propriedade surge uma burocracia que garante os direitos de propriedade ao indivíduo ou a uma empresa. Esta burocracia é representada pelos contratos, os códigos de lei e profissionais, que asseguram o bom funcionamento.

Um dos maiores teóricos da importância da propriedade no modo de produção capitalista foi o inglês John Locke (1632-1704).

Relações de trabalho na produção capitalista

Todo trabalho realizado no modo de produção capitalista é compensado com o dinheiro.

Assim, existem ocupações consideradas mais importantes, porque são melhor remuneradas, pois exigem mais tempo de estudo.

Por outro lado, estão as funções que não recebem tanto dinheiro, porque são consideradas "menores" para o funcionamento da sociedade. Isto dará origem às classes sociais.

Classes sociais na produção capitalista

A sociedade também está dividida em grupos denominados “classes sociais” pelo estudioso Karl Marx. Aliás, foi este pensador que melhor explicou o funcionamento do modo de produção capitalista.

Segundo Marx, existem duas grandes classes sociais no capitalismo. Os que possuem os bens de produção, os burgueses, e aqueles que não os possuem. Melhor dito, só possuem seus filhos, sua prole. Desta maneira, foram chamados de “proletariado”.

Capitalismo
A desigualdade social é uma das características do capitalismo

Como o proletariado não tem meios para produzir mercadorias, ele vende sua força de trabalho para a burguesia. Em troca, recebe um salário em dinheiro, que usará para cobrir suas necessidades.

O modo de produção capitalista faz com que o trabalhador não seja consciente do seu papel na sociedade. Este fenômeno foi chamado por Marx de "alienação" e fazem com que ele seja apenas um espectador e não um cidadão ativo.

Tipos de Capitalismo

O capitalismo não é entendido por todos os governos e pensadores da mesma maneira. Embora seu objetivo seja o mesmo - o lucro - a forma de consegui-lo variou conforme a época e o país.

Uma das características que diferencia os tipos de capitalismo é o grau de intervenção estatal. Assim temos o liberalismo, proposto por Adam Smith, que prega que o Estado não deve se intrometer nos assuntos econômicos, deixando essa função para o mercado.

Por outra parte, temos a teoria elaborada por John Maynard Keynes (1883-1946), o Keynesianismo, que defende a ingerência do Estado na economia de modo a assegurar o bem-estar de toda sociedade.

Oposição ao capitalismo

Igualmente, há pessoas que não concordam com o modo de produção capitalista.

No século XIX, uma série de cientistas sociais tentaram formular alternativas ao modo capitalista de produção. Dessa forma, surgiram o anarquismo, o comunismo e o socialismo que buscaram outra vias de organização produtiva e social.

Origem e fases do Capitalismo

O capitalismo surgiu no final do século XV e marcou o fim do modo de produção feudal. Essa substituição ocorreu de forma lenta, mas atingiu todos os setores da sociedade, sendo chamada transição do feudalismo para o capitalismo.

Da Europa, o capitalismo passou às colônias da América e da África. Ali eram extraídas as riquezas que fizeram o continente europeu se fortalecer e desenvolver.

Assim, o capitalismo é dividido em três grandes fases: o capitalismo mercantil, o capitalismo industrial e o capitalismo financeiro. Cada etapa recebe o nome da atividade econômica mais importante do momento: comércio, indústria e transações financeiras.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.