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Mundo bipolar: entenda o que é e suas características (com mapa)

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

O termo mundo bipolar refere-se a um período da história em que o mundo estava dividido entre duas grandes potências com ideologias opostas: Estados Unidos, capitalista, e União Soviética (URSS), socialista.

Esse modelo de organização mundial ficou mais evidente após a Segunda Guerra Mundial com a construção do Muro de Berlim. Com isso, não só a Europa, mas também o mundo ficou dividido, criando o cenário da Guerra Fria (1947–1991).

Contexto histórico: início da Guerra Fria

Após a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, surgiram duas superpotências:

  • Os Estados Unidos, com um sistema político capitalista.

  • A União Soviética, com um sistema socialista.

Ambas passaram a influenciar o mundo com suas ideologias, alianças militares e estratégias econômicas. Isso deu origem ao período conhecido como Guerra Fria, marcado por tensões políticas, disputas indiretas e corridas armamentistas.

Características do mundo bipolar

Divisão ideológica

O mundo foi dividido em dois blocos principais:

  • Bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos e apoiado por países da Europa Ocidental, Japão e outros aliados.

  • Bloco socialista, liderado pela União Soviética e apoiado por países do Leste Europeu, China (em parte do período) e Cuba.

Mapa-mundi dividido em zonas de influência dos EUA e da União Soviética.

Corrida armamentista

Durante o mundo bipolar, EUA e URSS protagonizaram uma intensa corrida armamentista. Ambos investiram na produção de armas, especialmente nucleares, buscando manter o equilíbrio pelo medo da destruição mútua. Além dessas duas potências, Reino Unido, França e China também desenvolveram armas nucleares nesse período.

O momento mais tenso foi a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962, quando a URSS instalou mísseis nucleares na ilha, provocando uma forte reação dos EUA. O impasse quase levou a uma guerra nuclear, mas foi resolvido por meio de negociações.

Para evitar um desastre, os países estabeleceram acordos de controle de armas, como o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em 1968. Ainda assim, a rivalidade continuou, com o desenvolvimento de novas tecnologias militares e a expansão dos exércitos.

Leia mais sobre o assunto em: Corrida Armamentista.

Corrida Espacial

A corrida espacial também refletiu a rivalidade entre EUA e URSS. Em 1957, os soviéticos lançaram o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial. Poucos anos depois, em 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar ao espaço.

Em resposta, os Estados Unidos aceleraram seu programa espacial e, em 1969, conseguiram um feito histórico: o astronauta Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na Lua, durante a missão Apollo 11.

Além da rivalidade, a corrida espacial gerou avanços importantes em áreas como comunicações, meteorologia e computação. Ao longo do tempo, o espaço deixou de ser apenas um campo de disputa para se tornar também um espaço de cooperação, especialmente após o fim da Guerra Fria.

Aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto em: Corrida Espacial.

Guerras por procuração

Estados Unidos e URSS não entraram em confronto direto, mas apoiaram lados opostos em guerras locais. Este conceito é conhecido como "guerra por procuração", onde um país estimula o conflito em outro sem participar diretamente deste conflito.

Este era um recurso muito utilizado na época, assim, as superpotências poderiam ter seus interesses atendidos sem se comprometer diretamente. Podemos citar de exemplo:

  • Guerra da Coreia (1950–1953)
  • Guerra do Vietnã (1955–1975)
  • Invasão do Afeganistão pela URSS (1979–1989)

Alianças militares

Em 1949, os EUA e seus aliados da Europa Ocidental criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar defensiva contra o avanço do socialismo.

Em resposta, os países do bloco socialista fundaram, em 1955, o Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS. Essas alianças refletiam a polarização política e a constante tensão entre os dois modelos ideológicos.

Estas alianças serviam para defender os interesses das superpotências e garantir a defesa de seus aliados, de forma que, caso algum deles entrasse em uma guerra, todos os outros fariam esforços para ajudá-lo.

O fim do mundo bipolar

A partir da década de 1980, a União Soviética enfrentava sérias crises econômicas, com escassez de bens de consumo, baixa produtividade e altos gastos militares.

Para tentar reverter a situação, o líder Mikhail Gorbachev implementou as reformas da Perestroika (reestruturação econômica) e da Glasnost (maior abertura política e liberdade de expressão).

Apesar das reformas, o sistema socialista perdeu força e apoio interno. Com o crescimento dos movimentos de independência nas repúblicas soviéticas e a queda do Muro de Berlim (1989), o modelo socialista entrou em colapso.

Em 1991, ocorreu a dissolução da URSS, encerrando oficialmente a Guerra Fria e o mundo bipolar.

Diferença entre mundo bipolar e multipolar

Mundo bipolar

  • Duas superpotências dominam as relações internacionais.
  • Exemplo: Guerra Fria (1947–1991), com EUA e URSS liderando blocos opostos.
  • A política internacional era marcada pela disputa ideológica e militar.

Mundo Multipolar

Com o fim da URSS, o mundo passou a ter vários centros de poder, dando início à chamada ordem multipolar. Essa nova configuração é caracterizada por diversas potências influentes em diferentes áreas, como economia, tecnologia, política e defesa.

Podemos ver isso na configuração do mundo atual, com Estados Unidos, China, União Europeia, Índia, Rússia, entre outros disputando mercados e relações políticas.

Sendo assim, a competição internacional continua, mas é mais variada e complexa, envolvendo temas como comércio, meio ambiente e tecnologia.

Leia mais sobre o fim da URSS.

Mapa Mental

Estude também pelo nosso mapa mental elaborado para resumir os principais pontos sobre o Mundo Bipolar!

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Para saber mais, acesse:

Referências Bibliográficas

LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Conecte: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2014.

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.