Abelhas

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

A abelha é um inseto social que geralmente vive em colônias. Esse animal apresenta a seguinte classificação biológica:

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Família: Apidae
Gênero: Apis

Estima-se que existam mais de 20.000 espécies de abelhas no mundo e apenas no Brasil cerca de 300 tipos são encontrados. A espécie Apis mellifera é a mais conhecida devido à sua importância econômica para produção de mel.

Características físicas das abelhas

As abelhas são animais invertebrados e o corpo da abelha é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen.

Na cabeça localizam-se os órgãos sensoriais e as glândulas mandibulares. As antenas são fundamentais, pois possuem os sentidos da audição, olfato e tato. Pelo olfato, as abelhas reconhecem inimigos, companheiras e captam odores de flores.

Anatomia da Abelha
Anatomia externa da Abelha

A visão é composta por três olhos simples, na parte frontal da cabeça e por dois olhos compostos, na parte lateral da cabeça. As glândulas mandibulares dissolvem a cera e contribuem no processamento da geleia real.

No tórax localizam-se os órgãos locomotores. Possuem três pares de pernas e dois pares de asas. No abdômen localizam-se a vesícula melífera, estômago, intestino e as traqueias. Entre o tórax e o abdômen existe uma minúscula cintura que os conecta.

Quando as abelhas possuem ferrão, eles ficam situados na extremidade do abdômen. Os zangões não possuem ferrão.

Sociedade das abelhas: operárias, rainhas e zangões

As abelhas são insetos voadores que podem viver em colônias ou sozinhas. Uma colônia é organizada com abelhas sociais, que são operárias, rainhas e zangões. As abelhas solitárias habitam apenas com seus filhotes.

As abelhas-operárias são as mais abundantes em uma colônia, seu tamanho é de 9 a 18 mm, a depender da espécie. Elas são diferenciadas pela presença da corbícula, uma estrutura em forma de cesto, onde carrega o pólen, resina ou barro.

Elas são responsáveis pela manutenção da colmeia, defesa, cuidado com as crias, limpeza do ninho e alimentação dos integrantes da colônia.

As abelhas-rainhas têm a função reprodutiva e medem cerca de 18-20 mm. Elas são capazes de colocar milhares de ovos por dia. Já os zangões são os machos reprodutores, gerados por partenogênese, ou seja, são gerados por reprodução assexuada.

Entenda mais sobre as Sociedades no Mundo Animal e Insetos Sociais.

Reprodução das abelhas

Partenogênese é o processo reprodutivo realizado pelas abelhas para gerar descendentes. Nesse caso particular de reprodução, os óvulos produzidos por abelhas-rainha podem ou não ser fecundados por machos. Essa fecundação é que determina o sexo das abelhas geradas na maior parte das espécies.

Quando não fecundado, o embrião apresenta material genético apenas da mãe, originando machos haploides, ou seja, com material genético apenas da mãe. Esses machos são os zangões. Com a fecundação do ovo é que surgem as abelhas-operárias e rainhas.

Saiba mais sobre a partenogênese.

Polinização e a importância das abelhas

Na natureza, as abelhas são agentes polinizadores. A polinização é um processo reprodutivo que a garante a propagação de espécies vegetais. A polinização é processo que consiste no transporte do pólen produzido pela parte masculina da flor para a região feminina. Quando realizado por insetos, recebe o nome de entomofilia.

Existem vários outros agentes polinizadores, como pássaros, morcegos, mamíferos, aves e diversos outros insetos. Porém, estima-se que 40% dos polinizadores no mundo sejam as abelhas. Essa situação demonstra que o risco da extinção das abelhas, pode ser um problema à biodiversidade e à vida do homem e outros animais.

As abelhas transportam o pólen. Com isso, garantem o desenvolvimento e reprodução das espécies, o equilíbrio dos ecossistemas e a produção de alimentos.

As abelhas podem ser especialistas ou generalistas. As abelhas especialistas visitam flores de espécies específicas, mantendo uma estreita relação com elas. Enquanto isso, as abelhas generalistas visitam flores de muitas espécies e utilizam diversas fontes de alimento.

Saiba mais sobre a polinização.

Abelhas brasileiras

As abelhas nativas do Brasil são chamadas de “indígenas sem ferrão”, pois possuem o ferrão atrofiado. Assim, não possuem a capacidade de ferroar. Elas fazem parte do grupo dos meliponíneos. Essas abelhas habitam as regiões tropicais.

Jataí: Abelha brasileira
Jataí: Abelha brasileira

São exemplos de abelhas brasileiras: uruçu, jataí, mandaçaia, tubi, abelha-cachorro, asa-branca, sanharó, abelha-mosquito, entre outras.

Abelha uruçu
Uruçu: Melipona scutellaris

Os pesquisadores estimam que a polinização de 40% a 90% das árvores nativas brasileiras deve-se às abelhas nativas sem ferrão.

Porém, no Brasil também é possível encontrar abelhas exóticas, ou seja, originárias de outras regiões. Um exemplo de abelha exótica é a Apis mellifera, de origem europeia e domesticada para produção de mel.

Também podemos encontrar as abelhas africanizadas que resultam de cruzamentos entre abelhas-africanas e europeias.

Curiosidades sobre abelhas

  • Até o ano de 1840, só existiam abelhas nativas no Brasil. Com a colonização europeia, abelhas exóticas foram introduzidas;
  • O ferrão das abelhas pode provocar alergias. Em alguns casos, pode ser fatal;
  • Algumas espécies de abelhas conseguem alcançar uma distância de voo de 600 a 2.400 metros;
  • A meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão;
  • A apicultura é a criação de Apis mellifera;
  • O dia 03 de outubro é o dia nacional da abelha.

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Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.