Pirâmide alimentar: entenda o que é e sua classificação (com desenhos)

Eduardo Barcelos
Eduardo Barcelos
Professor de Biologia

A pirâmide alimentar é um tipo de gráfico que organiza os alimentos de acordo com suas funções e seus nutrientes.

Importante ressaltar que a principal finalidade dessa organização, consiste em fornecer informações acerca de uma alimentação saudável e equilibrada.

pirâmide alimentar

A estrutura da pirâmide alimentar indica os alimentos considerados essenciais para a nossa saúde, apresentando aqueles que fornecem os nutrientes necessários para uma vida saudável e para prevenção de doenças.

Cada andar da pirâmide representa um nível. Existem quatro níveis como segue:

  1. Alimentos Energéticos: Grupo 1
  2. Alimentos Reguladores: Grupos 2 e 3
  3. Alimentos Construtores: Grupos 4, 5 e 6
  4. Alimentos Energéticos Extras: Grupos 7 e 8

Classificação dos grupos alimentares

Grupo 1: Carboidratos (alimentos energéticos)

Representa a base da pirâmide, indicando os alimentos que fornecem energia, pois ao serem consumidos os carboidratos são convertidos em açúcar no sangue.

É recomendado que seu consumo seja feito na forma integral, pois a presença de fibras, vitaminas e minerais deixam essa absorção mais lenta, aumentando o tempo da liberação de energia para o corpo. As principais fontes de carboidrato são: arroz, pão, batata, massa, mandioca, cereais, entre outros.

Grupo 2: Verduras e Legumes (alimentos reguladores)

Está acima da base da pirâmide, representando as fontes de fibras, vitaminas e minerais que ajudam no controle e funcionamento do corpo.

O consumo de verduras e legumes melhora o hábito intestinal. Alguns alimentos deste grupo são: brócolis, couve, repolho, abobrinha, entre outros.

Grupo 3: Frutas (alimentos reguladores)

As frutas estão ao lado das verduras e legumes, representando outro tipo de fonte de fibras, vitaminas e minerais.

A frutose (açúcar da fruta) aumenta o nível de açúcar no sangue de forma rápida. Alguns exemplos de frutas são: abacaxi, maçã, banana, kiwi, caju, acerola, entre outros.

Além das opções tradicionais, as frutas exóticas são também opções de frutas a serem consumidas.

Grupo 4: Leite e derivados (alimentos construtores)

Localizado na parte intermediária da pirâmide, o leite e seus derivados são uma excelente fonte de cálcio, essencial para a constituição óssea e dos dentes.

Além disso, também fornecem proteínas ao organismo. Os principais alimentos deste grupo são: queijo, leite, iogurtes, entre outros.

Grupo 5: Carnes e Ovos (alimentos construtores)

Assim como os leites e derivados, este grupo está na parte intermediária da pirâmide e representa a fonte de proteína de origem animal.

Os alimentos deste grupo têm como característica serem ricos em ferro e vitaminas B6 e B12, prevenindo anemias. Os principais alimentos deste grupo são: peixe, frango, carne, ovos, entre outros.

Grupo 6: Leguminosas e oleaginosas (alimentos construtores)

As leguminosas completam a parte intermediária da pirâmide, representando as fontes de proteína vegetal. Também são excelentes fontes de fibras. Compõem esse grupo: feijão, soja, lentilha, grão-de-bico, castanhas, entre outros.

Grupo 7: Óleos e Gorduras (alimentos energéticos extras)

Os óleos e gorduras fazem parte do topo da pirâmide. Os alimentos deste grupo são fontes de energia, além de serem responsáveis pelo transporte das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).

São ricos em calorias e seu consumo deve ser controlado. São alimentos desse grupo: azeite, manteiga, óleo de soja, entre outros.

Grupo 8: Açúcares e Doces (alimentos energéticos extras)

Dividindo o topo da pirâmide alimentar, estão os açúcares e doces. São alimentos ricos em carboidratos simples, não possuem fibras e apresentam poucos nutrientes.

Seu consumo deve ser moderado. Os alimentos que compõem esse grupo são: açúcar, mel, chocolate, sorvete, bolo, entre outros.

Quantidade de porções recomendadas

Cada grupo alimentar possui uma quantidade de porções indicadas por dia para garantir equilíbrio nutricional. Em geral, recomenda-se:

  • 5 a 9 porções de frutas, verduras e legumes;
  • 5 a 11 porções de cereais e tubérculos;
  • 3 porções de leite e derivados;
  • 1 a 2 porções de carnes, ovos e leguminosas;

Essa organização ajuda a planejar melhor as refeições do dia a dia.

Continue aprofundando os seus estudos:

Nova pirâmide alimentar brasileira

Pirâmide Alimentar

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (UEDA), esquematizou, em 1992, a primeira pirâmide alimentar, embora os primeiros guias alimentares tenham sido criados nos anos 1970.

Vale lembrar que no Brasil, o primeiro gráfico foi criado em 1999 com base nos padrões alimentares norte-americanos. A nova pirâmide incluiu alimentos tipicamente brasileiros, como o caju, a graviola, a castanha-do-Pará.

Em 2013, o Brasil passou a ter uma nova Pirâmide Alimentar com diversas reformulações. Essa mudança esteve relacionada com a quantidade, o tipo e a distribuição dos alimentos, visto que a obesidade se tornou um problema recorrente e preocupante para os estudiosos.

A nova Pirâmide Alimentar propõe a diminuição de calorias (de 2500 para 2000 calorias diárias) e diminuição do tempo entre as refeições (a cada 3 horas). Ademais, inclui a realização de 30 minutos diários de atividade física.

Classificação dos alimentos segundo o processamento dos alimentos

O Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) introduziu uma nova forma de olhar para a alimentação, classificando os alimentos de acordo com o grau de processamento:

  • In natura ou minimamente processados: frutas, verduras, legumes, grãos, carnes frescas;
  • Processados: queijos, pães, conservas;
  • Ultraprocessados: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, entre outros.
    Quanto mais natural o alimento, maiores os benefícios para a saúde. Por isso, a recomendação é dar preferência aos alimentos in natura ou minimamente processados.

A água

A despeito da água não fazer parte da pirâmide alimentar tradicional, os nutricionistas recomendam a ingestão diária de no mínimo 2 litros.

Contudo, o volume de água adequado é medido segundo a massa corporal de cada indivíduo. Para jovens até 17 anos, recomenda-se 40ml de água por quilo ao longo do dia. Para adultos, o valor é de 35ml.

Para os nutrólogos a água é a substância mais essencial para o ser humano, pois só em sua presença nosso corpo consegue realizar todas a reações metabólicas necessárias.

Orientações para uma alimentação saudável

O Ministério da Saúde (MS) lançou em novembro de 2014 o Guia Alimentar para a População Brasileira, em que utiliza novos parâmetros para uma boa alimentação.

O objetivo do guia é tornar a alimentação saudável e promover a boa saúde. Seu principal objetivo é a prevenção de doenças como obesidade, diabetes, infarto, doenças vasculares e câncer.

O consumo frequente de alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar, sal e gorduras está diretamente ligado ao aumento de casos de obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2.

Esses problemas de saúde afetam cada vez mais os jovens e podem se estender para a vida adulta, comprometendo a qualidade de vida. Uma alimentação equilibrada é, portanto, uma forma eficaz de prevenção.

Conheça abaixo as principais orientações apresentadas:

  • Evite fast-food e opte por comidas caseiras. O preparo do alimento é uma forma de produção sustentável;
  • Aumente o consumo de alimentos naturais como frutas, verduras e carnes;
  • Reduza os alimentos processados e em conserva, como enlatados e defumados;

Evite consumir alimentos ultra processados como biscoitos, refrigerantes, hambúrgueres congelados, nuggets e outros industrializados.

Saiba mais sobre alimentação nos artigos:

Referências Bibliográficas

ALVARENGA, M.; FIGUEIREDO, M.; TIMERMAN, F.; ANTONACCIO, C. (orgs.). Nutrição comportamental. 3. ed. Barueri: Manole, 2024. 568 p.

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna: volume único. São Paulo: Moderna, 2006. 839 p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
156 p. : il.

Eduardo Barcelos
Eduardo Barcelos
Professor de Biologia licenciado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais pela UNESP de Rio Claro.