Arte Cinética

Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual

A “arte cinética” ou “cinetismo” representa um movimento artístico moderno das artes plásticas, surgido em Paris na década de 50.

Como o próprio nome indica, determina uma arte vibrante e dinâmica que possui como principal característica o movimento, ao contrário do caráter estático da pintura e da escultura.

Arte Cinética
Objetos Cinéticos do escultor grego Panagiotis Vasilakis "Takis", em Paris

Os artistas dessa corrente trabalham especialmente com a arte abstrata (abstracionismo), de forma a gerar no espectador uma ilusão de ótica, expressa por efeitos visuais de uma “obra móvel”. Nesse sentido, vale lembrar que o movimento da Op Art está intimamente relacionada com a proposta da arte cinética.

Um dos maiores exemplos da arte cinética está o pintor e escultor estadunidense Alexander Calder (1898-1976), muito conhecido por seus “Móbiles” (desenho em quatro dimensões). Os objetos são um tipo de escultura com peças que se movimentam, seja pela ação dos ventos ou por motores de energia.

Mobile de 1932 de Alexander Calder
Móbile de 1932 de Alexander Calder

Foi o artista francês Marcel Duchamp (1887-1968) o primeiro a chamar de "móbiles" os objetos criados por Alexandre Calder.

Duchamp também idealizou uma das obras considerada precursora da ideia de arte cinética, a Roda de Bicicleta (1913), uma roda acoplada em um banquinho de madeira.

roda de bicicleta Duchamp
Roda de Bicicleta, de Marcel Duchamp, criada em 1913

Na física, a palavra “cinética” refere-se ao estudo da ação das forças na mudança de movimento dos corpos. Esse termo é também utilizado na química, biologia e filosofia

Origem da arte cinética

A arte cinética foi uma corrente artística moderna que surgiu na capital francesa, Paris, com a exposição “Lemouvement” (O movimento), na galeria Denise René, em 1955.

Dentre vários artistas que participaram destacam-se: Marcel Duchamp, Alexander Calder, Jean Tinguely, Victor Vasarely, Yves Klein, Jesus Raphael Soto e Pol Bury.

A partir disso, surgem na Europa diversos grupos de artistas da arte cinética: “Equipo 57” (1957), “Groupe de Recherche D'Art Visuel” (1960), na França; e o Grupo Zero (1958), na Alemanha.

Principais Características

As principais características da arte cinética são:

  • Estímulo do sentido visual por meio de efeitos visuais (movimentos, ilusão de ótica, etc.)
  • Profundidade e tridimensionalidade
  • Uso de cores, luz e sombra
  • Uso de formas simples e repetidas
  • Oposição a arte figurativa

Arte Cinética no Brasil

Essa corrente artística se espalhou pelo mundo de forma que despontou no Brasil na década de 60, sendo seus maiores representantes:

  • Lygia Clark (1920-1988)
  • Ivan Serpa (1923-1973)
  • Abraham Palatnik (1928-2020)
  • Lothar Charoux (1912-1987)
  • Luiz Sacilotto (1924-2003)
  • Almir Mavignier (1925-2018)
  • Mary Vieira (1927-2001)
  • Mira Schendel (1919-1988)
Objeto cinético Palatinik
Objeto cinético (1966), do brasileiro Abraham Palatinik. A obra possui um circuito elétrico que a movimenta

Principais Artistas

Dentre os principais representantes da arte cinética estão:

  • Marcel Duchamp (1887-1968)
  • Alexander Calder (1898-1976)
  • Antoine Pevsner (1884-1962)
  • Naum Gabo (1890-1977)
  • Victor Vasarely (1906-1997)
  • Pol Bury (1922)
  • Jean Tinguely (1925-1991)
  • Yaacov Agam (1928)
  • Abraham Palatnik (1928-2020)

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Laura Aidar
Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.