BRICS+
BRICS+ é um termo utilizado para designar o grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"BRICS+" é um acrônimo, ou seja, a junção das iniciais de palavras que formam outro termo. Seu criador é o economista britânico Jim O'Neill, do grupo financeiro Goldman Sachs, em 2001.
O economista tentava encontrar uma forma de traduzir o crescimento econômico que seria protagonizado naquela década por Brasil, Rússia, Índia e China. Por conseguinte, empregou a expressão "BRIC".
Naquele momento, o crescimento brasileiro ainda suscitava dúvidas, bem como a Rússia, que estava estagnada. Já a China, apresentava taxas de crescimento elevadíssimas entre os demais e se destacava no cenário econômico mundial.
Resumo
O estudo realizado por Jim O'Neil foi recebido com imensa satisfação nos países que protagonizam o BRIC.
Assim, diante das perspectivas de crescimento e das notas das agências internacionais, os governos do BRIC impulsaram oficialmente a possibilidade de constituição de um bloco entre esses países emergentes.
O BRIC se constituiu em grupo em 2009 e desde então, vários encontros periódicos entre esses países foram realizados. Em 2011, mais um país foi agregado: a África do Sul.
Deste modo, o BRIC virou BRICS. Contudo, a inclusão da África do Sul gerou críticas da comunidade econômica mundial, pois ela não estaria no mesmo nível de crescimento que os demais países.
Em 2023, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã foram convidados a entrar no grupo. Destes países, apenas a Argentina acabou não aceitando o convite.
Com o ingresso de novos países, o grupo passou a ser denominado BRICS+.
Países
O BRICS+ é formado por:
- Brasil
- Rússia
- Índia
- China
- África do Sul
- Arábia Saudita
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Etiópia
- Irã
A Argentina foi convidada a ingressar nos BRICS+ em 2023, e o então presidente Alberto Fernández sinalizou positivamente para o ingresso no grupo. No entanto, no final do ano ocorreram as eleições presidenciais e Fernandéz foi derrotado nas urnas.
O novo presidente, Javier Milei, opositor do grupo e grande crítico dos governos russo e chinês, recusou o convite.
Objetivos
- Institucionalização do grupo BRICS+,
- Criação de um banco de reservas emergenciais para eventuais socorros econômicos,
- Fortalecer as economias dos países,
- Estabelecer cooperação nas áreas técnica, científica, cultural e no setor acadêmico.
Banco
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), popularmente conhecido como "Banco do BRICS+", foi criado em julho de 2014 e sua sede fica em Xangai, China.
Com um capital inicial de 100 bilhões de dólares, o objetivo da instituição é ser um banco de resgate e investimento para os países do grupo. Além disso, é uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial para países que necessitem de créditos.
Segundo dados do próprio banco, em agosto de 2017 havia 11 projetos financiados pela instituição no valor de 3 bilhões de dólares.
Atualmente, o programa conta com parcerias em 8 programas de pesquisa e diversas agências de fomento. Totalizando mais de 50 bilhões de dólares em circulação.
Além disso, o NBD tem buscado alternativas ao dólar, tentando realizar transações comerciais e empréstimos utilizando o yuan (moeda chinesa) e o rublo (moeda russa). A intenção é evitar usar o dólar para não fortalecer ainda mais a economia estadunidense.
Mapa
Observe no mapa abaixo a localização e as bandeiras dos países do BRICS+:
Características
Os países formadores do BRICS+ são marcados por países emergentes, suscetíveis a crises econômicas e com falhas garantias sociais para as populações.
Vejamos alguns dados do BRICS+:
PIB (Fonte: Banco Mundial, 2023)
Brasil | US$ 2,17 trilhões |
---|---|
Rússia | US$ 1,86 trilhão |
Índia | US$ 3,7 trilhões |
China | US$ 17,7 trilhões |
África do Sul |
US$ 0,4 trilhão |
Arábia Saudita |
US$ 1,1 trilhão |
Egito |
US$ 0,47 trilhão |
Emirados Árabes Unidos |
US$ 0,5 trilhão |
Etiópia |
US$ 0,12 trilhão |
Irã |
US$ 0,41 trilhão |
População (Fonte: Banco Mundial, 2022 e IBGE, 2022):
Brasil | 203 milhões |
---|---|
Rússia |
144,2 milhões |
Índia | 1,41 bilhão |
China | 1,41 bilhão |
África do Sul | 59 milhões |
Arábia Saudita | 36,4 milhões |
Egito | 111 milhões |
Emirados Árabes Unidos |
9,4 milhões |
Etiópia | 123,4 milhões |
Irã | 88,5 milhões |
IDH (Fonte: PNUD, 2022)
Brasil | 89º |
---|---|
Rússia | 49º |
Índia | 131º |
China | 75º |
África do Sul |
110º |
Arábia Saudita |
40º |
Egito |
105º |
Emirados Árabes Unidos | 17º |
Etiópia | 176º |
Irã | 78º |
Curiosidades
- Os PIB's do BRICS+, somados, equivalem a 36% do PIB mundial (maior que o G7) e 46% da população.
- Já a população corresponde por 42% dos habitantes do planeta.
- A Índia foi a única a manter as taxas de crescimento elevadas, atingindo até 9% ao ano.
- Em agosto de 2013, o economista Jim O'Neil declarou que o termo BRICS já não fazia mais "nenhum sentido", diante dos rumos tomados pelos países que o compunham.
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BEZERRA, Juliana. BRICS+. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/brics/. Acesso em: