Franquismo na Espanha
O Franquismo ou Regime Franquista (1939-1975) foi um sistema político ditatorial constituído na Espanha entre os anos de 1939 a 1976, aos moldes fascistas e liderado Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde, mais conhecido como Francisco Franco (1892-1975).
Vale ressaltar, sobre este regime político, que ele nasceu de um golpe de Estado contra um governo democrático e republicano legalmente instituído. Em 2006, as Cortes Espanholas e o Parlamento Europeu proibiram qualquer manifestação pública do franquismo.
Características do Franquismo
A principal característica do franquismo é sua inclinação ao conservadorismo nacional baseado no nacionalismo da “Unidade Nacional Espanhola”. A despeito disso, este regime ditatorial mantinha a divisão de poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário) apenas como uma aparência.
As liberdades individuais e os direitos civis foram limitadas e violadas diante da grande repressão aos opositores do sistema, os quais eram eliminados fisicamente.
Este tipo de atitude emanava de um Estado autoritário e corporativo que apregoava um discurso romântico nacionalista, catolicista, anticomunismo e tradicionalista, o qual, por sua vez, estava centrado na figura do Ditador, enaltecido constantemente por meio de propagandas de Estado.
Por fim, vale apontar alguns números do franquismo: 300.000 pessoas aprisionadas em prisões de trabalho disciplinatório; dezenas de milhares enviadas ao exílio; 150.000 fuzilados por causas políticas e mais de 30.000 desaparecidos.
Contexto Histórico do Franquismo
Após a Crise de 1929, a Espanha instaurou um governo republicano com orientação comunista que durou de 1931 até 1936, quando a Frente Popular retorna ao poder.
Contudo, em julho de 1936, o general Franco, apoiado por simpatizantes do fascismo, tal como membros do exército espanhol, a burguesia conservadora e grande parte da classe média, além de setores da Igreja, bem como pelo partido fascista chamado Falange, proferiram um golpe de Estado contra o governo de esquerda, apoiado pela URSS.
Contudo, a tentativa de golpe teve de enfrentar as milícias de trabalhadores, dando início à chamada Guerra Civil Espanhola, que duraria até o ano de 1939, quando o grupo nacionalista (Movimento Nacional) do general Francisco Franco vence o conflito e instaura o regime ditatorial franquista.
Neste ínterim, tem início a Segunda Guerra Mundial, na qual os espanhóis se aliam aos regimes fascistas, que por sua vez, são derrotados em 1945, quando o fascismo se torna um exemplo político desprestigiado. Por este motivo, em 1947, Franco promulga a “Lei de Sucessão”, indicando quando morresse, seria restabelecida a Monarquia Constitucional na Espanha.
Em 1953, os Estados Unidos, no contexto da Guerra Fria, investem centenas de milhões de dólares na Espanha para conter o avanço do comunismo e, em contrapartida, estabelecem bases militares no território espanhol.
Na década de 1960, o nível (e qualidade) de vida da população espanhola atinge um patamar elevado, o que levou algumas pessoas a considerar que este fato tenha sito fruto da gestão franquista.
O regime franquista chegou ao fim com a morte do ditador, em 1975, em Madri. Franco foi substituído pelo príncipe Juan Carlos, que se tornou rei do país com o nome de Juan Carlos I, e se iniciou o processo de redemocratização do país.
Salazarismo e Franquismo
Enquanto na Espanha vigorava o regime conhecido como Franquismo, em Portugal funcionava um governo semelhante, o Salazarismo, de Antônio de Oliveira Salazar (1889-1970). Este regime também era inspirado pelo fascismo e, especialmente, o nacional-catolicismo.
Leia:
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MATÉRIA, Equipe. Franquismo na Espanha. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/franquismo-na-espanha/. Acesso em: