Organelas Celulares

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

As organelas celulares são como pequenos órgãos que realizam as atividades celulares essenciais para as células.

São estruturas compostas por membranas internas, com formas e funções diferentes, sendo as principais: os retículos endoplasmáticos lisos e rugosos, o aparelho de Golgi e as mitocôndrias. Nas células vegetais há também organelas específicas, os cloroplastos.

Organelas citoplasmáticas e suas funções.

É possível observar que algumas organelas ocorrem nas células vegetais que não nas animais e vice-versa. Isso acontece com os cloroplastos, presentes apenas nas células vegetais, e os centríolos, presentes nas células animais.

Organelas Celulares
Organelas da célula animal
Organelas Celulares
Organelas da célula vegetal

Uma característica importante das organelas é que são compostas por membranas internas (leia mais sobre elas no final) que lhe conferem formas e funções específicas.

Saiba mais sobre a célula animal e a célula vegetal.

Mitocôndrias

São organelas compostas por membrana dupla, sendo uma externa e uma interna que apresenta muitas dobras, as chamadas cristas mitocondriais.

As mitocôndrias são organelas especiais, com capacidade de se reproduzir, uma vez que contem moléculas de DNA circular, tal como as bactérias.

Sua função é realizar a respiração celular, que produz a maior parte da energia utilizada nas funções vitais. A primeira etapa acontece no citosol da célula e as duas últimas nas suas membranas internas.

Retículo Endoplasmático

São organelas com membranas dobradas, similares a sacos achatados. São dois os retículos, o retículo endoplasmático rugoso e o liso. No retículo endoplasmático rugoso existem ribossomos anexados à membrana, conferindo aspecto granuloso / rugoso.

Além disso sua membrana é contínua com a membrana externa do núcleo, o facilita a comunicação entre eles.

O retículo endoplasmático liso (REL) não tem ribossomos associados e por isso tem aparência lisa, é responsável pela produção de lipídios.

A função principal do retículo endoplasmático rugoso (RER) é realizar a síntese e ativação das proteínas,além de transportar para outras partes da célula.

Saiba mais sobre o Retículo Endoplasmático e a Síntese Proteica.

Aparelho de Golgi

Também chamado complexo de Golgi ou ainda complexo golgiense, é composto de discos achatados empilhados, formando bolsas membranosas.

Suas funções são modificar, armazenar e exportar proteínas sintetizadas no RER. Algumas dessas proteínas são glicosiladas, ou seja, sofrem reação de adição de um açúcar no RE e no golgi o processo é completado.

Além disso, o aparelho de Golgi produz vesículas que brotam e se soltam originando os lisossomos primários. No momento em que esses lisossomos primários se fundem aos endossomas formam vacúolos digestórios ou lisossomos secundários.

Lisossomos

Os lisossomos são envolvidos apenas pela bicamada lipídica e no seu interior há enzimas digestivas. Sua função é digerir moléculas orgânicas como lipídios, carboidratos, proteínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA).

No interior dos lisossomos existem enzimas digestivas. As enzimas favorecem a aceleração da quebra de moléculas, transformando-as em pequenos porções, o que conhecemos como digestão. O interior dos lisossomos é ácido, pois é esse, o ambiente perfeito para ação dessas enzimas digestivas.

As moléculas a serem digeridas são englobadas por endocitose e entram na célula envolvidas em vesículas formadas a partir da membrana chamados endossomas.

Depois fundem-se com os lisossomos primários e são quebradas, originando partes menores, como os ácidos graxos. Essas moléculas pequenas saem do lisossomo e são aproveitadas no citosol da célula.

Peroxissomos

Os peroxissomos são pequenas organelas membranosas, que contêm no seu interior enzimas oxidases, e estão presentes em células animais e vegetais.

A principal função é oxidar os ácidos graxos para a síntese de colesterol e também para serem usados como matéria-prima na respiração celular.

Encontram-se, majoritariamente, nas células dos rins e do fígado. Lá, neutralizam os efeitos tóxicos de substâncias consumidas como, por exemplo, o álcool. Além disso, participam da produção de sais biliares.

Nas reações de oxidação é produzido o peróxido de hidrogênio e por isso o nome da organela.

Vacúolos

Os vacúolos são envolvidos por membrana e preenchidos com fluido diferente do citoplasma.

São comuns em células animais e vegetais, contudo são maiores e mais volumosos nas células vegetais. Sua função é armazenar água e nutrientes, além de regular mecanismos de pressão osmótica.

O controle de entrada e saída de água (osmose) nos tecidos vegetais regula a rigidez das estruturas. Isso permite que, algumas plantas, como, por exemplo, as herbáceas, fiquem eretas.

Outros organismos também possuem vacúolos, como as bactérias. Nelas, os vacúolos auxiliam na ingestão, digestão e eliminação de substâncias.

Plastos

São organelas presentes apenas em células vegetais e de algas. Podem ser de 3 tipos básicos:leucoplastos, cromoplastos e cloroplastos.

Todos se originam a partir de pequenas vesículas presentes nas células embrionárias das plantas, os proplastos, que são incolores.

Quando maduros adquirem coloração característica, a depender do tipo de pigmento que armazenam. Os plastos podem se autoduplicar, pois possuem DNA próprio, além de serem capazes se transformar em outros tipos de plastos de acordo com a necessidade da célula.

Assim, por exemplo, um cromoplasto pode se tornar um cloroplasto ou um leucoplasto, ou vice-versa. Veja a seguir sobre cada um:

  • Os leucoplastos não tem cor, armazenam amido (reserva energética) e estão presentes em alguns tipos de raízes e caules;
  • Os cromoplastos são responsáveis pela cor de frutos, flores e folhas e também de raízes como as cenouras. Existem os xantoplastos (amarelos) e os eritroplastos (vermelhos);
  • Os cloroplastos possuem cor verde por causa da clorofila e são responsáveis pela fotossíntese. A forma e o tamanho dessas organelas varia conforme o tipo de célula e de organismo em que se encontram.

Ribossomos

Os ribossomos são organelas celulares não membranosas presentes nas células procarióticas e eucarióticas. Eles atuam principalmente na regeneração celular e controle metabólico.

Essas estruturas assemelham-se a um grânulo, por apresentarem forma arredondada. São responsáveis por sintetizar proteínas nas células. A reunião dos aminoácidos para formar as proteínas ocorre pela formação de ligações peptídicas.

Centríolos

Os centríolos são organelas com estrutura cilíndrica encontradas nas células eucarióticas. Eles participam da divisão celular pela capacidade de duplicação quando ocorre a mitose e meiose, migrando para os polos da célula após a duplicação.

Essas organelas não membranosas também participam da formação dos cílios e flagelos.

A Membrana das Organelas

As organelas são envolvidas por uma membrana semelhante à membrana plasmática da célula. Conhecida por membrana interna ela ajuda criar um ambiente particular para cada organela.

Tanto a membrana externa quanto as internas são compostas por glicolipídios fosfolipídios e colesterol. Porém, a quantidade de colesterol nas internas é menor. O colesterol está associado à fluidez e estabilidade da célula, por esse motivo está mais presente na membrana externa.

As membranas internas também possuem permeabilidade seletiva, ou seja, controla a entrada e saída de substâncias de seu interior. Esse processo pode acontecer por intermédio de proteínas ou direto pela membrana (endocitose e exocitose).

As membranas internas promovem a individualização das organelas. Dessa forma, o ambiente interno das organelas fica separado do ambiente interno da célula. É por esse motivo que não acontecem reações químicas cruzadas entre enzimas.

Saiba mais sobre

Introdução a citologia: o mundo microscópico das células Ver no YouTube

Referências Bibliográficas

UZUNIAN, A.; BIRNER, E. Biologia: volume único. 3a ed. São Paulo: Harbra, 2008.

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.