Classificação dos Seres Vivos
A classificação biológica ou taxonomia é um sistema que organiza os seres vivos em categorias, agrupando-os de acordo com suas características comuns, bem como por suas relações de parentesco evolutivo.
É usada a nomenclatura científica que facilita a identificação dos organismos em qualquer parte do mundo.
Através desse sistema, os biólogos buscam conhecer a biodiversidade, descrevendo e nomeando as diferentes espécies e organizando-as conforme os critérios que definem.
As categorias taxonômicas
No sistema de classificação biológica são usadas as categorias para agrupar os organismos segundo as suas semelhanças.
A categoria básica é a espécie, que se define como os seres semelhantes que são capazes de se reproduzir naturalmente e gerar descendentes férteis.
Organismos da mesma espécie são reunidos em outra categoria, o Gênero. Os gêneros são agrupados em Famílias, as famílias em Ordens, as ordens em Classes, as classes em Filos e os filos em Reinos.
Os reinos são, portanto, a última categoria na hierarquia e se subdividem até chegar à espécie, categoria mais básica. Então, temos:
Reino ⇒ Filo ⇒ Classe ⇒ Ordem ⇒ Família ⇒ Gênero ⇒ Espécie (ReFiCOFaGE)
Como se classificam as espécies?
Um animal pode ser conhecido por diversos nomes em regiões diferentes, entretanto, para facilitar a identificação dos animais, a nomenclatura científica é adotada internacionalmente.
Lineu, em 1735, desenvolveu a nomenclatura binomial. Composta por dois nomes, cujo primeiro é escrito em letra maiúscula e define o gênero, e o segundo tem letra minúscula e define a espécie.
Os nomes científicos devem ser escritos em latim e destacados em itálico ou grifados.
Assim, por exemplo, o nome científico do cão é Canis familiaris. O nome Canis também pode ser usado sozinho, indicando somente o gênero, sendo, portanto, comum aos animais que tenham relação de parentesco. Nesse caso podendo ser o cão ou o lobo (Canis lupus) ou outra espécie do gênero.
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Os Reinos dos seres vivos e as relações filogenéticas
As primeiras classificações: Aristóteles e Lineu
Aristóteles, pelo que se sabe, foi o primeiro a classificar os seres vivos. Ele dividiu-os em dois grupos: animais e plantas. Eles teriam subgrupos organizados conforme o ambiente em que viviam, sendo caracterizados como aéreos, terrestres ou aquáticos.
Mais tarde, vários cientistas criaram sistemas, baseados no que Aristóteles havia feito.
O naturalista sueco Carl von Linnée (1707-1778), mais conhecido como Lineu, definiu como critério de classificação as características estruturais e anatômicas.
Lineu era criacionista e acreditava que o número de espécies era fixo e imutável, tendo sido definidas por Deus no momento da criação.
Assim, os animais eram agrupados segundo as semelhanças corporais e as plantas conforme a estrutura das suas flores e frutos.
Lineu desenvolveu também um método para nomear as espécies, a nomenclatura binomial publicada no seu livro Systema Naturae, aceita até hoje.
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Surgimento dos Reinos
Em 1866, o biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) sugeriu que fossem criados os reinos Protista e Monera, além dos reinos já existentes: Animal e Vegetal.
Em 1969, o biólogo R.H. Whittaker propôs a divisão dos vegetais em outro grupo, dos Fungos, criando, portanto, os cinco reinos: Protista, Monera, Fungi, Plantae e Animalia.
A partir de 1977, com estudos de C. Woese, passaram a existir 3 domínios: Archaea, Eubacteria e Eukarya.
Nos dois primeiros são distribuídos os procariotos (arqueobactérias, bactérias e cianobactérias), e no outro, estão todos os eucariotos (fungos, algas, protozoários, plantas e animais).
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Relações filogenéticas
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), contribuiu com o desenvolvimento da classificação dos seres vivos através da teoria da evolução. A teoria traz como argumento central a ancestralidade em comum dos organismos vivos.
Ele criou "genealogias de seres vivos", diagramas representando as relações de parentesco evolutivo entre os organismos, que hoje são chamadas de árvores filogenéticas.
A forma de classificar os organismos se modificou muito nas últimas décadas devido ao desenvolvimento da genética e da biologia molecular.
As relações de parentesco são definidas não somente pelas características externas, mas também por semelhanças genéticas e bioquímicas.
Atualmente, alguns cientistas utilizam a cladística para determinar as relações filogenéticas entre as espécies. Desse modo, é investigada a história evolutiva dos organismos para classificá-los.
Os cladogramas são semelhantes às árvores filogenéticas, que apresentam as relações de parentesco. Grupos de espécies que descendem de ancestral comum único são chamadas monofiléticas e grupos que possuem diferentes ancestrais em sua origem são polifiléticos.
Saiba mais sobre Filogenia e Taxonomia.
Sistemática
A Sistemática é uma área da Biologia que estuda a biodiversidade através de um sistema sintético de classificação, chamado taxonomia. Ele utiliza hierarquias para agrupar os organismos formando grupos e subgrupos.
Dessa forma, por exemplo, dentro do grupo das plantas há o subgrupo das plantas com frutos e outro das plantas sem frutos.
Os objetivos da sistemática são:
- Conhecer melhor os seres vivos e, para tal, são agrupados em categorias taxonômicas ou táxons. Já foram identificadas mais de 1,5 milhão de espécies e acredita-se que ainda haja muitas desconhecidas;
- Usar a taxonomia para identificar, descrever, nomear e catalogar as espécies;
- Identificar os processos determinantes da biodiversidade ou diversidade biológica;
- Investigar as relações de parentesco evolutivo entre as espécies atuais e seus antepassados, usando conhecimentos de outras áreas da biologia como genética e biologia molecular.
Teste seus conhecimentos com exercícios sobre a classificação dos seres vivos.
Referências Bibliográficas
JUDD, Walter S. et al. Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. Artmed Editora, 2009.
CASTILHO, Rubens. Classificação dos Seres Vivos. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/classificacao-dos-seres-vivos/. Acesso em: