IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): entenda o que é e ranking atual

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador que mede o nível de desenvolvimento humano de um país. Para isso, utiliza três elementos: renda, saúde (expectativa de vida) e educação (escolaridade).

Criado pela ONU em 1990, o IDH permite comparar índices e países e, a partir disso, realizar escolhas governamentais conscientes para a vida das pessoas.

O IDH varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 0, pior o IDH, e quanto mais próximo de 1, melhor o índice.

No cálculo do IDH, considera-se quanto tempo as pessoas vivem (expectativa de vida), a média de anos de estudo e a renda por pessoa (per capita). Isso permite uma visão mais geral da realidade de um país.

Neste conteúdo você encontra:

• Como calcular o IDH
• Escala do IDH
• IDH nos países do mundo
• IDH no Brasil
• Origem do IDH
• Críticas ao IDH

Como calcular o IDH

Para realizar o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), três fatores são considerados: educação, saúde e economia.

Vejamos quais são os dados utilizados para cada um desses itens e como esses cálculos são realizados.

Educação

Esse ponto é calculado através da combinação de duas medidas: média de anos de estudo e anos esperados de escolaridade. O primeiro é o quanto de fato a população estuda e o segundo seria a situação ideal de anos de estudo.

Neste caso, o número médio de anos de escolaridade real é dividido por 15 (parâmetro utilizado pela ONU como meta) e o número de anos para expectativa de escolaridade é dividido por 18 (valor máximo de anos que uma pessoa passaria estudando).

Vamos usar dados brasileiros como exemplo. De acordo com a ONU (2023), no Brasil, os anos de estudo são 8,4 e a expectativa de escolaridade é de 15,8. Portanto o índice de escolaridade real seria 0,56 e a expectativa de estudo seria 0,877.

Para compor o índice de Educação, o resultado dessas duas divisões é somado e dividido novamente por dois, chegando a valores entre 0 e 1. Portanto, no exemplo brasileiro teríamos a seguinte equação:

Países próximos de zero apresentarão pouca escolarização e baixa permanência dos estudantes. Países próximos de 1 têm boas perspectivas escolares.

Importante ressaltar que o Brasil mede seus índices de escolaridade de forma distinta da ONU: através da média de anos de estudo e a taxa de alfabetização da população. A última variável, tem sido questionada pois apenas alfabetização não indicaria realmente a qualidade da Educação no país.

Expectativa de vida

O cálculo para a Saúde leva em consideração a expectativa de vida ao nascer de uma população. Para este cálculo, a ONU utiliza o limite mínimo de 20 anos e o máximo de 85 anos como parâmetros globais.

O cálculo é realizado diminuindo o valor da expectativa de vida de um país pelo limite mínimo (20 anos) e dividindo esse valor pelo resultado da subtração entre o limite máximo (85 anos) e o mínimo (20 anos).

Por exemplo, a expectativa de vida no Brasil em 2025 é de 76,8 anos segundo o IBGE. Vamos realizar esse cálculo como exemplo:

O resultado do Brasil, mais próximo de 1 do que de 0 demonstra que a população tem vivido mais, com acesso à Saúde, vacinas, medicamentos e tratamentos de melhor qualidade.

Porém, o aumento da longevidade acarreta novos desafios, como por exemplo a questão da aposentadoria e dos gastos públicos e privados com Saúde.

Renda per capita

Para o cálculo da renda é utilizado quanto, em média, cada habitante de um país recebe ao longo de um ano. Para isso é levado em conta toda renda gerada pelos cidadãos e empresas nacionais dentro e fora do país.

A ONU adota o valor mínimo de renda anual como 100 dólares, e o valor máximo de 75.000 dólares. E a equação para o cálculo é a seguinte:

De acordo com a plataforma Macrotrends, a renda per capita do Brasil em 2023 foi de 9.280 dólares. Vamos realizar o cálculo:

Lembrando que quanto mais próximo de 0, pior o índice e mais próximo de 1, melhor. Portanto, a renda do Brasil neste exemplo ainda é baixa se comparada ao ideal para uma vida mais confortável de grande parte da população.

Cálculo final para definir o IDH

O cálculo do IDH é um pouco mais complicado do que das variáveis que o compõem. Todos os índices falados anteriormente são multiplicados e depois é realizada a sua raiz cúbica.

Vamos observar com o exemplo do Brasil que calculamos anteriormente:

Importante lembrar que os índices utilizados acima possuem anos diferentes, portanto não podem representar o IDH final correto do Brasil atual. Utilizamos os dados mais recentes para compor de forma mais clara e didática como os índices são calculados.

Escala do IDH

O IDH consiste numa escala de 0,000 até 1 (0 a 1) e quanto mais próximo do número 1, mais desenvolvida é a nação. Por outro lado, quanto mais perto do 0, mais subdesenvolvido é o país.

• IDH Muito Alto: valor acima de 0,800. Inclui países com os maiores indicadores de desenvolvimento. Exemplos: Noruega, Suíça, Islândia.

• IDH Alto: valor entre 0,700 e 0,799. Abrange países com indicadores elevados, mas não atingem os níveis dos que estão na categoria "Muito Alto". Exemplos: Brasil, China, Rússia.

• IDH Médio: valor entre 0,555 e 0,699. Inclui países com indicadores mais moderados em termos de desenvolvimento. Exemplos: Índia, Indonésia, Sudão.

• IDH Baixo: valor abaixo de 0,555. Engloba países com indicadores considerados baixos em desenvolvimento. Exemplos: Níger, Afeganistão, Haiti.

IDH nos países do mundo

Os países que exibem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano, segundo os dados de 2023, são:

Posição	País	IDH
1º	Islândia	0,972
2º	Noruega	0,970
2º	Suíça	0,970
4º	Dinamarca	0,959
5º	Alemanha	0,951
5º	Suécia	0,959
7º	Austrália	0,958
8º	Hong Kong	0,955
9º	Países Baixos	0,955
10º	Bélgica	0,951

Os países com os piores Índices de Desenvolvimento Humano no mundo, segundo os dados de 2023, são:

Posição	País	IDH
182º	Iêmen	0,470
183º	Serra Leoa	0,467
184º	Burkina Faso	0,459
185º	Burundi	0,439
186º	Mali	0,419
187º	Níger	0,419
188º	Chade	0,416
189º	República Centro-Africana	0,414
190º	Somália	0,404
191º	Sudão do Sul	0,388

IDH no Brasil

No Brasil, o IDH atingiu o índice de 0,786 em 2023, colocando o país na colocação 79º dentre os 193 países incluídos na pesquisa.

Esse número é considerado de alto desenvolvimento humano, pois demonstra avanços socioeconômicos.

Segundo os Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2010, os melhores IDH’s por estado são:

• 1º: Distrito Federal – 0,814
• 2º: São Paulo – 0,806
• 3º: Santa Catarina – 0,792

Nos municípios brasileiros, destacam-se:

• 1º: São Caetano do Sul - SP - 0,862
• 2º: Águas de São Pedro - SP - 0,854
• 3º: Florianópolis - SC - 0,847

Origem do IDH

O IDH surgiu a partir da necessidade de criar um novo índice que levasse em conta os fatores sociais e não apenas os econômicos de um país.

Por isso, o economista indiano Amartya Sen e o paquistanês Mahbub ul Haq criaram uma metodologia que considerava o papel do Estado para o bem-estar da sociedade.

Com isso, o IDH rompe com a função determinista da análise econômica, baseada apenas em índices como o Produto Interno Bruto (PIB), consumo, industrialização e renda familiar.

O IDH passou a ser o principal componente do Relatório para o Desenvolvimento Humano (RDH), produzido pela ONU (Organização das Nações Unidas). Este informe integra o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e auxilia as agências das Nações Unidas a elaborarem planos de ajuda humanitária.

Na prática, o IDH é utilizado de modo comparativo, para distinguir os países pelo seu grau de desenvolvimento socioeconômico.

Críticas ao IDH

Algumas críticas são realizadas em relação à formação do IDH, dentre elas:

• Simplificação: o IDH utiliza apenas renda, educação e saúde como indicadores. Alguns especialistas apontam a falta de indicadores de sustentabilidade, violência, liberdade, infraestrutura, etc.;
• Ignora desigualdades internas: por ser uma média das variáveis, não é possível regionalizar os problemas ou os pontos positivos dentro dos países;
• Indicadores estáticos: muitas vezes o IDH utiliza dados defasados de Censos e demais pesquisas, ou seja, seu resultado não revelará a realidade atual;
• Problemas na medida da educação: não mede a qualidade do ensino ou a aprendizagem real.

Apesar das críticas, o IDH cumpre seu papel como referência útil e comparativa para se ter uma ideia geral da realidade dos países.

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