Península Ibérica

A Península Ibérica ocupa o sudoeste da Europa e ali estão a Espanha, Portugal, o principado de Andorra e Gibraltar, um território ultramarino do Reino Unido.

É a terceira maior península da Europa, ficando atrás da península italiana e dos Balcãs.

Também é a mais ocidental das penínsulas europeias e se aproxima da África em sua ponta sul, separada somente pelo Estreito de Gibraltar.

Os principais rios que banham a Península Ibérica são: Minho, Douro, Tejo, Guadalquivir e Guardiana, que desaguam no Oceano Atlântico; Ebro e Júcar, que desaguam no Mar Mediterrâneo.

O rio Tejo é o mais longo da Península Ibérica e flui para o Douro em direção a Portugal. Já o Guardiana inclina para o sul e forma a fronteira entre a Espanha e Portugal. Os rios peninsulares sofrem influência do índice pluviométrico, ficando mais ou menos cheios conforme o regime de chuvas.

Península Ibérica

Geologia

A formação geológica da península ocorreu no período Ediacaran. No núcleo da península é encontrado o Maciço Ibérico, delimitado por faixas e dobras das montanhas dos Pirineus e pelas cadeias do cinto dos Alpes.

Clima

Há dois tipos de clima a dominar a Península Ibérica, o clima oceânico e o clima mediterrâneo. A maior porção dos territórios de Portugal e Espanha está sob a influência do clima mediterrâneo. Parte da Espanha central sofre as influências de climas semi-áridos.

As quatro estações do ano são bem divididas e existem diferenças climáticas conforme a variação de relevo, proximidade com o mar e predomínio de ventos.

No Norte e Nordeste, devido à alta umidade e elevada precipitação, há temperaturas suaves no Inverno e no Verão.

No interior peninsular há pouca precipitação, resultando em elevada amplitude de temperatura, com invernos bastante frios e verões muito quentes.

Ao Sul, onde há pouca precipitação, os invernos também são suaves e os verões quentes.

No interior da Espanha são encontradas as temperaturas mais elevadas da Europa, com médias de temperaturas que chegam a 37º C em julho.

Vegetação

A vegetação é dividida em ibéria úmida e ibéria seca. Na parte denominada ibéria úmida são encontradas florestas com folhas caduca, pinheiros e prados.

Já a parte denominada ibéria seca é caracterizada por florestas com arbustos, predominando cactos e palmeiras.

Saiba mais sobre a Vegetação Mediterrânea.

História

A ocupação humana da Península Ibérica teria começado no período geológico Ediacaran e era marcada por pequenas comunidades que dividiam abrigo, alimento e protegiam-se do perigo. Eram usadas grutas e as vestimentas eram confeccionadas com peles de animais.

As comunidades viviam de pesca, caça e recolha de alimentos. Eram nômades e, quando a capacidade de oferta de recursos dos locais ocupado se esgotava, migravam em busca de alimento e abrigo.

As evidências arqueológicas desse período são encontradas em gravuras em cavernas adornadas com pintura rupestre.

Há cerca de 10 mil anos, com o aumento da temperatura da Terra, os habitantes começaram a desenvolver a agricultura, domesticar animais e passaram a ser sedentários.

Surgem, assim, os primeiros povoados e o desenvolvimento de técnicas de cestaria, tecelagem e cerâmica.

Também são desenvolvidos instrumentos para tratar a terra, como a enxada e o arado de madeira.

Os primeiros povos eram oriundos de celtas e iberos. Há cerca de 2,5 mil anos, descendentes desses dois povos ocuparam a Península Ibérica.

Os celtas descendiam de povos guerreiros da Europa central. De elevada estatura, tinham olhos e cabelos claros. Fixaram, principalmente, ao Norte e Oeste da península.

Já os iberos, morenos e de estatura média, permaneceram ao Sul e Leste. Conheciam o cobre o bronze e, por parte dos celtas, conheceram o ouro e o ferro.

Por meio do contato comercial com os povos do mediterrâneo, os habitantes da Península Ibérica conheceram técnicas de conservação de alimentos, a moeda grega e o alfabeto fenício.

Influência dos Romanos

A Península Ibérica foi conquistada pelos romanos no século III a.C. que, desta maneira, conseguiram dominar o comércio do Mar Mediterrâneo.

O poderoso e organizado exército romano não enfrentou resistência por parte dos povos peninsulares. O destaque ficou por conta dos lusitanos, que não tiveram sucesso e os romanos permaneceram por cerca de 700 anos na península.

Entre as influências romanas na Península Ibérica estão:

  • Na sociedade: desenvolvimento do comércio e uso da moeda;
  • Na língua: uso do latim;
  • Na indústria: tecelagem, técnica de salgar o peixe, desenvolvimento de olarias;
  • Na agricultura: produção de azeite, trigo e vinho;
  • Na arquitetura: construção de estradas, pontes, teatros, balneários públicos, monumentos, templos, aquedutos, uso de telhas;
  • Na decoração: uso de telhas, jardins exteriores adornados com mosaicos.

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Mouros na Península Ibérica

Os mouros, muçulmanos que saíram do Norte da África, ocuparam a Península Ibérica em 711 como parte da expansão do islamismo. Pelo estreito de Gibraltar, o exército mouro venceu os cristãos visigodos na batalha de Guadalete.

Foram dois anos até a conquista integral da península e até a reconquista, 800 anos depois.

Influência dos Mouros

  • Na sociedade: pesquisas em matemática, astronomia, medicina e navegação;
  • Na língua: o incremento do vocabulário em pelo menos 600 palavras, como açafrão, alcaide, açúcar, açougue, alcateia, alcunha, azeite, azulejo, azimute;
  • Na indústria: tapetes, carros e armas;
  • Na agricultura: introduziram a laranja, o limão, a amêndoa, figueira, oliveira e os processos para regar a planta, além do aproveitamento da água;
  • Na arquitetura: palácios e mesquitas decorados com azulejos;
  • Na decoração: uso da pintura branca em terraços e pátios interiores.

Reconquista da Península Ibérica

A reconquista as Península Ibérica ocorreu ao longo de 800 anos, num movimento que ficou conhecido como Cruzadas Cristãs.

A primeira derrota muçulmana ocorreu em 711, em Guadalete. A partir daí, os cristãos visigodos conseguiriam manter o território de Astúrias como um reino cristão.

Do reino de Astúrias surgiram os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão, que formariam os territórios hoje conhecido como Espanha; e o condado Portucalense, que originou Portugal.

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