John Kennedy

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

John Fitzgerald Kennedy (1917-1963) foi um militar, político e presidente dos Estados Unidos de 1961 a 1963.

Seu governo ocorreu em plena Guerra Fria e foi marcado pela construção do Muro de Berlim, a Crise dos Mísseis, a Corrida Espacial, a Guerra do Vietnã e o Movimento dos Direitos Civis Americanos.

O presidente Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963 quando visitava com sua esposa, Jacqueline Kennedy, a cidade de Dallas, no Texas.

John F. Kennedy
John F. Kennedy participa de um debate televisivo antes das eleições presidenciais

Morte

John F. Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald (1939-1963), um ex-fuzileiro naval americano. Por sua vez, Oswald foi morto por Jack Ruby (1911-1967), dois dias depois do crime, quando era encaminhado da delegacia para a prisão estadual.

Deste modo, a morte de Kennedy nunca foi totalmente explicada, o que alimentou várias teorias da conspiração.

Após dez meses de investigações conduzidas pela “Comissão de Investigação sobre o Assassinato do Presidente Kennedy”, concluiu-se que Oswald e Ruby agiram sozinhos. Lee Oswald provavelmente deve ter assassinado o presidente Kennedy por motivos pessoais.

De qualquer maneira, em 1976, foi estabelecida a "Comissão Americana da Câmara dos Representantes para Investigar as Mortes de Kennedy e de Martin Luther King Jr".

Mais uma vez, concluiu-se que a ação de Lee Oswald foi solitária e que o termo “conspiração” era inadequado para classificar a atitude do assassino. Da mesma forma, nenhum governo estrangeiro ou agência de inteligência americana estariam envolvidos no crime.

No entanto, dita Comissão fez uma crítica ao FBI e à CIA afirmando que o mandatário americano não se encontrava suficientemente protegido naquele dia.

História de JFK

John Fitzgerald Kennedy, conhecido como JFK, nasceu em 29 de maio de 1917, numa rica família católica americana. O pai era diplomata, possuía propriedades rurais e proporcionou aos filhos uma boa educação.

Kennedy estudou em colégios privados e frequentou a Universidade de Harvard, viajou pela Europa e passou dois meses na América do Sul.

Quando estalou a Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Marinha, primeiro realizando relatórios para seus superiores e depois, promovido a tenente, comandou barcos de patrulhamento e reconhecimento no Pacífico.

Numa dessas missões, seu barco foi atingido por um destróier japonês e se partiu em dois. A tripulação conseguiu sobreviver nadando à ilha mais próxima e Kennedy foi condecorado pela ajuda prestada aos seus homens.

Carreira Política

John F. Kennedy opta por seguir a carreira política impulsionado pelo pai. Após a morte do irmão mais velho, lança-se ao desafio de ocupar uma cadeira de deputado federal, pelo estado de Massachusetts, em 1946. É reeleito e em 1950 concorre a senador e sai vitorioso.

O próximo passo é conseguir projetar sua imagem a nível nacional e superar o medo do eleitorado americano a um candidato católico.

Depois de uma intensa campanha e dos três debates televisivo que foram cruciais nesta eleição, Kennedy derrota o candidato republicano Richard Nixon e se elege presidente em 1960.

Casamento com Jacqueline Kennedy

Jacqueline Kennedy
Jacqueline e John Kennedy durante a campanha presidencial

John Kennedy e a jornalista Jacqueline Bouvier se comprometem em 1953 e se casam no mesmo ano. São dois jovens ricos e de famílias tradicionais americanas.

"Jackie", como será conhecida, trará seu refinamento a Casa Branca e será o contra-peso da mãe perfeita para o mulherengo John F. Kennedy.

O casal teria quatro filhos, mas somente dois chegaram à vida adulta: Caroline (1957) e John Kennedy Jr. (1960-1999).

Governo John F. Kennedy

O governo de Kennedy deu-se em plena Guerra Fria. A construção do Muro de Berlim, o fato de Cuba ter passado à esfera soviética e a Corrida Espacial, são alguns fatos que repercutiram em todo mundo.

Vejamos alguns deles:

Muro de Berlim

O Muro de Berlim foi erguido na parte socialista da cidade alemã a qual estava localizada em pleno território da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).

O muro foi erguido para conter as contínuas fugas de cidadãos alemães orientais para o lado capitalista. Assim, tornou-se o símbolo mais visível da guerra ideológica travada entre EUA e URSS.

O auge da tensão entre Estados Unidos e URSS, aconteceu em 27 de outubro de 1961. Neste dia, um diplomata americano ficou retido pelas autoridades na Alemanha Oriental.

Kennedy na Alemanha
John F. Kennedy cumprimenta o então prefeito de Berlim Ocidental, William Brandt, em 1963

Os americanos mandaram seus tanques para o "Check Point Charlie", um dos postos onde era possível cruzar a fronteira, e ameaçaram bombardeá-lo caso o cidadão dos Estados Unidos não voltasse para casa.

Por sua vez, os soviéticos fizeram o mesmo, e ambos os exércitos ficaram em prontidão, esperando que se resolvesse o problema. Felizmente, o diplomata americano foi liberado e ninguém disparou um tiro.

Em 26 de junho de 1963, Kennedy visitou a Alemanha Ocidental e fez um discurso contra o comunismo para uma multidão de berlinenses.

Corrida Espacial

A Corrida Espacial foi uma disputa entre a União Soviética e os Estados Unidos pelo domínio da órbita terrestre e para saber qual país seria capaz de levar o primeiro ser humano ao espaço.

A União Soviética saiu à frente ao levar o primeiro ser vivo, a cadela Laika, em 3 de novembro de 1957. Em seguida, o soviético Yuri Gagarin, seria o primeiro homem a dar a volta na órbita terrestre, em 12 de abril de 1961.

Isso fez o presidente John Kennedy declarar, em maio de 1961, na NASA, que os Estados Unidos deveriam levar os primeiros homens a caminhar sobre a lua antes do final da década de 60.

De fato, os Estados Unidos conseguiriam fazê-lo com o Apollo 11, em 20 de julho de 1969.

Crise dos Mísseis

A Crise dos Mísseis foi um dos momentos de grande tensão durante a Guerra Fria envolvendo Estados Unidos, União Soviética e Cuba. Neste momento, houve chances reais de que uma terceira guerra mundial acontecesse.

Em 1961, o líder cubano Fidel Castro, anuncia que a Revolução Cubana implantaria um regime socialista no país. Isto significava ter um aliado da União Soviética a poucos quilômetros da costa americana.

Por isso, os americanos planejaram uma invasão ao país pela Baía dos Porcos, mas foram rechaçados. Isso foi uma dura derrota para os Estados Unidos.

Crise dos Mísseis
A charge mostra o presidente da URSS, Nikita Kruschev (esq.), e Kennedy disputando uma queda de braço, enquanto quase apertam os botões que detonariam os mísseis.

No ano seguinte, o serviço de espionagem dos Estados Unidos, detecta que a União Soviética estava instalando uma base de lançamento de mísseis capazes de alcançar o território americano.

Seguem treze dias de tensão, entre 16 a 23 de outubro de 1962, quando fotografias da ilha de Cuba são analisadas pela comissão de crise presidencial.

No final, o presidente Kennedy decide decretar uma "quarentena" a qualquer barco que se aproximasse da ilha caribenha com uma carga suspeita. A medida consegue apoio na ONU e na OEA (Organização dos Estados Americanos).

O momento mais tenso foi quando dezoito navios soviéticos se dirigem a Cuba. Tudo estava preparado para que os americanos o abordassem, mas dezesseis deles desistem e recuam. Os dois restantes são abordados pelos americanos e liberados para chegar ao destino.

Curiosidades

  • Kennedy foi o primeiro presidente americano católico e o segundo mais jovem a governar os Estados Unidos.
  • O nome do presidente Kennedy batiza várias lugares no Brasil, como a Vila Kennedy (RJ), nascida no governo de Carlos Lacerda ou a Avenida Kennedy, em São Bernardo do Campo (SP).

Frases

  • Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país.
  • A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.
  • Coragem é manter a classe sob pressão.
  • O laço essencial que nos une é que todos nós habitamos este pequeno planeta. Todos nós respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais.
  • Às vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.