Cortina de Ferro

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A expressão cortina de ferro foi criada pelo político britânico Wiston Churchill. Ele a usou, pela primeira vez, durante um discurso que pronunciou na cidade de Fullton, Missouri, em 1946.

Com este termo, o ex-ministro britânico alertava que o governo de Stalin continuaria a influenciar os territórios que havia libertado durante a Segunda Guerra Mundial e os isolaria da Europa Ocidental.

A expressão "Cortina de Ferro" seria usada durante o período da Guerra Fria para caracterizar o mundo divido em países capitalistas e socialistas.

Discurso de Churchill

De Estetino, no [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente.

Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética, mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle emitidas de Moscou.

Churchill Cortina de Ferro

Churchill pronuncia seu célebre discurso.

A princípio, o discurso não foi bem recebido porque Stalin tinha sido o grande aliado dos EUA para vencer os nazistas. Mas Churchill conhecia bem os russos e sabia que Stalin faria o possível para estender o comunismo para além de suas fronteiras.

Desta maneira, os países capitalistas deveriam barrar a influência soviética através de ajuda econômica e militar aos países europeus não-ocupados pelos soviéticos.

Um dos exemplos mais claros foi a Grécia. Quando estalou a guerra civil na Grécia, por motivos geopolíticos os britânicos interviram militarmente e derrotaram os partidários do comunismo daquele país.

Assim, os americanos puseram em marcha o Plano Marshall a fim de captar os países europeus ao capitalismo. Por outro lado, criaram a OTAN, em 1949 para assegurar uma aliança militar entre estes mesmos países.

A URSS responderia com o Pacto de Varsóvia, 1955, aumentando a tensão militar na Guerra Fria.

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Cortina de Ferro e o Muro de Berlim

No entanto, se tornava claro para os EUA que os países do Leste europeu estavam passando para a influência soviética e adotando o comunismo como forma de regime de governo.

O que mais preocupava os Estados Unidos era a ocupação da Alemanha, o maior e mais industrializado dos países europeus. A Alemanha havia sido libertada e ocupada pela União Soviética e pelos Aliados e, por isso, era uma área de atrito entre essas duas potências.

Desta maneira, a solução encontrada foi a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação que garantissem zonas de influência aos Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética.

Então, o país se viu dividido entre Alemanha Ocidental, de influência americana, cuja capital era Bonn; e Alemanha Oriental, apoiada pela URSS, onde a capital era Berlim.

O muro, construído em 1961, simbolizava a divisão do mundo entre comunistas e capitalistas, e foi um dos pontos de tensão na Guerra Fria.

Países da Cortina de Ferro

  • Rússia
  • Armênia
  • Azerbajão
  • Bielorrússia
  • Estônia
  • Geórgia
  • Cazaquistão
  • Lituânia
  • Letônia
  • Moldávia
  • Ucrânia
  • Alemanha Oriental
  • Polônia
  • Tchecoslováquia
  • Hungria
  • Bulgária
  • Romênia

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.