Tráfico de animais

Juliana Diana
Juliana Diana
Professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento

O tráfico de animais é o comércio ilegal de animais silvestres que são retirados da natureza.

Esta é uma atividade ilícita que ocorre em todo o mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), somente o tráfico de drogas e de armas gera mais dinheiro ilegal que o tráfico de animais.

Tráfico de animais no Brasil

tráfico de animais
Registro de apreensões do tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais silvestres no Brasil, segundo dados do IBAMA, provoca a retirada anual de aproximadamente 38 milhões de exemplares das florestas e matas. Destes, cerca de 4 milhões são comercializados ilegalmente.

O alto índice de retirada dos animais de seu habitat coloca em risco de extinção um número cada vez maior de animais, além de contribuir com a exploração econômica de florestas.

Os animais capturados no Brasil, em sua maioria, são comercializados no território brasileiro, sendo que as regiões mais afetadas são o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Dessa forma, os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia são os mais afetados, além do Pantanal.

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Tráfico de animais em extinção

tucano tráfico
Tucano resgatado do tráfico

Os animais em extinção são o principal alvo dos caçadores pois, dependendo da espécie, o valor de venda pode chegar a U$30 mil. A arara-azul é um exemplo de espécie mais contrabandeada, especialmente entre colecionadores.

Animais que possuem baixo valor comercial também são vítimas do comércio ilegal, principalmente aves, tartarugas e saguis.

Os animais silvestres mais procurados pelo tráfico são aves, primatas e cobras. Veja a seguir uma lista com as principais vítimas do tráfico de animais:

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Tipos de tráfico de animais

O tráfico de animais silvestres ocorre para atender a diferentes públicos e fins. Dessa forma, considera-se que existem quatro tipos de tráfico de animais.

  • Para colecionadores particulares: os animais mais solicitados para este tipo de tráfico são os animais em extinção e, quanto mais raro, maior o valor no mercado ilegal. A arara-azul é uma das espécies mais caras.
  • Para fins científicos: também conhecida como biopirataria, este tipo de tráfico tem como objetivo utilizar os animais traficados para fins científicos.
  • Para venda em pet shop: este tipo de tráfico é motivado de acordo com a demanda, onde estabelecimentos comerciais estimulam a compra e venda ilegal de animais silvestres.
  • Para produção de subprodutos: para este tipo de tráfico, os animais são utilizados na fabricação de adornos e artesanato, sendo que as penas, couro, pele e presas são comercializados de forma ilegal.

Compra e venda de animais silvestres

Os animais silvestres podem ser comprados e criados de maneira legal. Para isso é preciso cumprir as seguintes regras:

  • o animal silvestre comprado de forma legal possui uma identificação definitiva, que pode ser uma anilha fechada ou um microchip implantado sob a pele do animal.
  • é fornecida uma nota fiscal com os dados do comerciante e do animal.

Como denunciar o tráfico de animais?

campanha tráfico animais
Campanha do ICMBio para denúncia do tráfico de animais

No Brasil, o controle e a fiscalização de animais silvestres é feita pelo IBAMA e pela Polícia Militar Ambiental.

Ao identificar uma situação irregular relacionada aos animais silvestres, é possível fazer a denúncia anônima ou não. Ela pode ser feita seguinte maneira:

  • Em caso de suspeita de tráfico de animais, entrar em contato com a Linha Verde do IBAMA, ligando no 0800 61 8080, passar as informações e solicitar auxílio sobre as atitudes que podem ser tomadas.
  • Caso você presencie o tráfico é importante registrar o máximo de informações possíveis, como local da ação, placa dos veículos envolvidos, características das pessoas que estão comprando e vendendo, quais animais, dentre outras informações.
  • Caso seja avistado algum animal silvestre ou exótico perdido ou correndo riscos, é importante entrar em contato com os órgãos competentes para que o resgate e captura sejam feitos da maneira correta. É importante nunca tentar resgatar o animal sozinho.
Juliana Diana
Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.